sábado, 3 de março de 2012

GOTHE CROMO GOL - RONIR





















Começo agradecendo ao editor Ricardo Gothe a possibilidade de contar a minha historia no Futebol de Mesa, não esquecendo que o editor foi lembrado por um Grande amigo, Cristian Baptista, para a confecção deste cromo. Quando vi o primeiro já queria ser um deles, sem modéstia acho que historias tenho muitas, mas vamos a história de Ronir Rodrigues de Oliveira.

Nasci em Rio Grande no dia 10 de julho de 1964, inverno, revolução, tempo bom pra vir ao mundo. Agarrado com um irmão gêmeo, tal como o Chefe, chegava chorando numa noite fria.

Mas vamos ao que interessa, na infância muita correria, meu pai era ferroviário portanto como todos diziam na época, nasci no recinto da Viação Férrea em frente ao Cemitério local na rua 2 de novembro, me lembro pouco, pois em meados de 67 meu pai se aposentou e abriu um pequeno negócio, minha mãe na época já fazia bolos e salgadinhos para fora ajudando e muito a família, trabalhou com isso 46 anos, os padres dos casamentos mudavam, mas o bolo era da dona Carminha, minha mãe. Depois de sairmos da Rua Dom Bosco nos mudamos para a rua Major Carlos Pinto, rua do famoso canalete de hortências, ali pescava, tomava banho de chuva, corria, realmente eu o meu irmão Ruy deixávamos a mãe louca.

Em nosso aniversário de 7 anos, ganhamos bicicleta e do meu irmão mais velho, um time de panelinha pra cada um, meu irmão ganhou o time do  Corinthians, e o meu foi Palmeiras e mais o famoso “estrelão”, que perambulou por toda a casa e calçada, até mais tarde virar uma tábua de bolo....

















Olha o time que tudo começou !

Com os amigos de quadra vieram os botões puxadores comprados na loja Esquina da Sorte ou no Badejo da Rua Benjamin, também vieram as trocas e os desafios de quadras tradicionais, que as vezes não passavam de uma dobrada na esquina, por aí começa o gosto pelo jogo.

Com meus amigos Luis Fernando, Sergio e o irmão dele Jaques, dobrávamos a esquina para lá encontrar com Tabajara, Cadinho, Geraldo, este com uma mesa já bem maior que o “estrelão” costumeiro ou a mesa da cozinha. Ganhasse ou perdesse a gente sempre dobrava a esquina, para jogar botão. Nesta época, pasmem, o Betão, então um guri gordinho do centro e mais velho 4 ou 5 anos que nós, já vinha com botões para trocar, estava conhecendo ali Gilberto Pereira, o Betão.

Os anos 70 foram assim, Colégio São Francisco, futebol na calçada e Botão, muito botão, recortar número de folhinha e colar com durex, usar a Placar, mas o que arrebentava eram as figurinhas de passar lá na loja do seu Martinez, cara, eram figurinhas de passar com água de tudo que era time,Vasco, Flamengo, São Paulo, os mesmos botões podiam ser um time pela manhã e a tarde outro, muito legal!

Depois os Decadry, nossa que idéia, cartela com letras, números, tudo, era só passar a caneta. Quando tudo se completava, dava gosto de ver, todos com distintivo, número e nome, dava trabalho mas era muito bom, quantas saudades!!

Início de 79, outra mudança mas de novo para a Rua Dom Bosco, agora o número era 227 antes 235, mesma quadra, hora de rever amigos ali antes deixados, Volmar e seus irmãos, que legal todos jogavam botão, eram novos adversários.

Em outra rua, mas perto, morava um garoto, Mário Gilberto Constantino, que após ir a minha festa de 15 anos se tornou um grande amigo.

Mané, como todos o conhecem até hoje, jogava botão em casa, mas com outros amigos, o qual grupo me juntei para passar horas jogando botão.  Só para ter uma idéia meu pai chegava a  ir nos buscar, eu e o meu irmão, por volta da uma da manhã na casa do Mané, bons tempos, ali peguei mais gosto, era mais disputado, mais gente jogando, bons campeonatos.

Em outubro de 1979, fui ao escritório do meu irmão no centro da cidade, era na Galeria São Pedro e ao lado ficava o Joquey Club da cidade.

Vi então entrando e subindo as escadas ele, Gilberto Pereira, o Betão, então subi atrás para falar com ele e olhei uma coisa que me deixou abobado, mesas e mesas de botão, que no mínimo eram mais que o dobro da que a gente jogava lá no Mané, bah!!! Nem sei, mas fiquei eufórico e fui falar com o Betão, regra brasileira disse ele, aqui é trave alta e goleiro em pé, o seu Gelson estava lá.

Eu pensei, pô, nas pequenas eu já meto gol, aqui vai ser barbada, me fui pra casa, depois eu vi que não era tão fácil assim.

Nesta época tinha um cara na Colombo, o Amauri, que fazia os botões a mão, vou explicar, o cara cortava o acrílico com serra e colava com araldite, mas por ficar marca de cola, descobriu o clorofórmio. Ele colava então as rodas de acrílico e fazia o botão raspando vidro, até chegar em um botão do tamanho que a gente queria ele fazia muito calo nos dedos, imagina, não tinha torno e o levante feito raspando com vidro, era um gênio e grande amigo.

O Amauri não tinha time igual pra vender e eu bem louco fui na casa do único amigo que tinha um time todo igual, o Gaspar, e após deixar na casa dele mais de 20 botões, Leoni, Osso e Amauri, saí com um time branco com duas listas uma verde e outra vermelha, nascia o Fluminense pra regra brasileira, este time tinha somente dois cavadores.

Então comecei a jogar na taça de prata de 79 da A.R.F.M., lá comecei fazendo novos amigos. Clair Marques, o objetivo a ser batido, Ademir, um próspero jovem, Jair o Barbudo da Holanda, seu Eli Maciel, o brincalhão, os irmãos Mello, os dois tinham cara de brabo e Luiz Alfredo deBoer, o crânio, este fazia campeonato colocando números em papel de pão e quando terminava as combinações era só jogar, grande amigo.

Ao término o deBoer foi campeão da Taça de Prata e eu me coloquei entre os oito melhores.




















Essa é de 79, olha eu ali, hehe !!!

Em 80 já iniciava em campeonatos, com nada menos que o Centro Sul daquele ano, nossa, gente de todo lado. Rio, Vitória, Sta Catarina, Pelotas, Porto Alegre, muita, muita gente, claro muitas amizades.

Puxa que história,  a medida que escrevo vou relembrando. É, esse é o futebol de mesa em minha vida.

Em 1981, organizamos o Estatual, e mais amigos chegando, Montenegro, Canguçu, Passo Fundo, Livramento e por aí afora.















A.R.F.M estadual 1981:  em pé Monteiro, Ronir, César, deBoer, Mané, Edio e Clair.
Agachados: Roberto, Betão, Ademir, Átila, Ruy (meu irmão gêmeo) e Barcelos.

A partir desse ano nasce o maior pescador de vagas da A.R.F.M., eu, onde quer que vai ter um campeonato, lá estava eu classificado ou não, viajava para rever meus amigos de botão, muito Fronteirão, Mergulhão, Lagoão e Vovozão eu joguei e então chega o ano de 1984, bah o ano de tudo, o meu ano.

Começou com a chegada em janeiro do meu time do Cruzeiro feito em Sergipe pelo Antonio Oliveira e com o Brasileiro em Livramento e eu pescando, consegui então uma vaga e fui avançando até ser eliminado nas oitavas pelo Sergio do Continental do Rio de Janeiro, foi a melhor campanha da A.R.F.M., já fiquei orgulhoso com os parabéns de grandes feras em especial do meu amigo Figueira, um amigo muito considerado, que disse, parabéns, jogasse muito escudeiro, era assim que o deBoer me chamava, escudeiro.

No campeonato da cidade ao fim das etapas do ano, chegávamos aos 10 finalistas: Ronir, Mané, Gelson, Clair, Monteiro, Betão, deBoer, Perazzo, Olinto e Ademir.

Depois de jogarmos todos contra todos, o Ademir foi o Campeão, o Mané o vice e eu o terceiro, o que me credenciava a jogar pela primeira vez classificado o Estadual Especial lá em Passo Fundo.

O deBoer foi com a família, ele iria assumir a União Gaúcha como era chamada antigamente a Federação e eu fui com ele, quando entrei no carro ele me olhou e disse, escudeiro, sonhei que tu tinhas ganho o campeonato (ao escrever isto juro que parei alguns momentos e marejei os olhos, meu amigo deBoer, embora com defeitos como todos os mortais, um grande amigo e lembrado por muitos).

Às 9:00 de uma quinta-feira, partimos e ao errar o trevo, e andarmos muito em vão, chegamos depois da meia noite em Passo Fundo.

No outro dia o deBoer foi informado que a mudança da diretoria só seria no próximo ano, o que deixou o gordo irritado e com a família foi embora para Porto Alegre, e portanto não viu o sonho se realizar.

Fui avançando no campeonato com jogos bons e somente uma derrota pro Ivo, juro que lá, muitos ouviram Robeeeerrrrto Batata, é gente, o bordão é meu, o meu grande amigo Zilber ajudou a perpetuá-lo, e diga-se, na voz dele é muito melhor.

A semifinal. Rudinei Custódio, o cara que com 16 anos já era campeão, agora com 21 jogava muito, teve a bola do jogo, dentro da meia lua com botão de frente pro gol e como que com os olhos desse pra tirar, a bolinha deu na trave, sorte, claro, baita sorte, mas pra ser campeão acho que também tem que ter sorte.

O jogo continuou bom, depois do meu deslize consegui me arrumar e cobrindo tudo fui para a prorrogação onde venci por 2x0, depois deste jogo me isolei um pouco e fui pensar num canto, poxa meu, final contra Sergio Pierobom, um cara já campeão estadual e que seguido me enfiava nos amistosos que vinha jogar aqui em Rio Grande, pensei bom, só não posso levar goleada na final.

O Pierobom jogava de liso, mas não pensem que não encarava os cavados, pois chegou a final jogando contra vários, claro que devido as mesas os botões trancavam, mas jogava muito. O Clair me disse antes do jogo, marca os pontas e eu marquei, resultado, Pierobom cava, fecha o porco e 1x0, a partir disso não marquei mais os pontas, fiquei com todo mundo lá atrás e mandando bola pro campo dele, até que no fim do primeiro tempo cavei um lateral e porco nele, 1x1.

No segundo tempo um acontecimento inusitado, coloquei uma bola colada no meu cavador dentro da meia lua de frente pro cavador do Pierobom, que da uma paulada a meio e a bolinha vai parar nos cabelos crespos e cor de fogo do Pierobom, pênalti, bah 2x1, gol certo , vibro ou não vibro e eu não sei porquê errei, uma voz foi ouvida, acaba com ele agora, não precisava, eu mesmo tinha acabado comigo, pô, errar um pênalti na final.

Mas o jogo seguiu e eu abalado com todos me olhando aguentei a pressão e no fim do jogo consegui uma jogada de chute pela ponta que ele precisou jogar com um botão no meu campo, e aí pra mim a explicação de tudo, um escanteio dois toques o relógio toca o fim do jogo, eu olho pro juiz Victor de Livramento e ele avisa na mesa da final, dois toques, agora todos que não acreditavam mas viram eu errar o pênalti e que em algum momento pensaram tá morto, estavam olhando.

Último lance, todos olhando, bato perto da meia lua e todo mundo olhando, me posiciono e olho o Roberto Batata marcado, ao seu lado quase colado Dirceu Lopes, vamos Dirceu, ao gol 10 e com todo mundo olhando, o cara que errava um pênalti na final ganhava no último chute o Campeonato Estadual de 1984, muitos nem jogavam nesta época, mas isso é o futebol de mesa gente, do inferno ao céu, só me restou sair correndo, pra rua e sentar numa calçada a umas duas quadras depois e esperar cair a ficha pra voltar, é bom ser campeão.

O Clair foi o primeiro campeão da Taça RS em 80 e eu em 1984 o primeiro Campeão Estadual, isso na volta me rendeu entrevistas em rádios e até na TV, mas a primeira coisa que fiz quando cheguei, foi esperar na frente da casa do deBoer ele chegar e dizer, aí gordo, o sonho foi realizado, ele realmente ficou agradecido, me abraçou e disse, eu te falei escudeiro.

















Como as vagas eram nominais, lá em Passo Fundo no Estadual, tinha que dar o nome de quem disputaria a Taça RS daquele ano e como o Ademir não poderia ir por causa de serviço o nome do Mané e o meu foram dados para jogar a Taça RS de 1984, e eu sem falsa modéstia comentava com o Mané, já pensasse ganhar a Taça e o Estadual no mesmo ano, ele disse sonha, quem vai ganhar a Taça sou eu.

Então agora em Pelotas do céu ao inferno, fui informado, mais ou menos assim, as vagas para o Brasileiro eram nominais e se eu jogasse e ganhasse a Taça RS, o Estado perderia uma vaga, acho que foi assim, então a A.R.F.M. foi representada só pelo Mané e eu olhando.

Então chega o Brasileiro na Bahia, e o passeio foi muito bom, já o futmesa, o normal de sempre, duas etapas somente e muita piscina e visita as praias.

Em 1985, mais um Estadual em Pelotas, no gabarito de ter sido Campeão em 1984, tinha vaga garantida, mas caí na primeira fase, até hoje brinco com o Figueira, que devido as datas ele fez o campeonato em julho, portanto só tive 11 meses de título.

Em 1986 mais um brasileiro, desta vez em Pelotas, mas só passeio e rever os amigos, eliminado de 32 pra 16.

Relato que neste Campeonato Brasileiro, conheci um cara fora de série, muito amigo, ele já jogava, mas só conheci Osmar Iost Junior em 1986 e fizemos uma grande amizade, eu ele e o Mané daríamos muitas risadas daí pra frente.

Neste ano também joguei o centro sul em Vitoria perdendo nas oitavas de final para o Emanuel que seria o vice do Roberto Larossa, mas eu e meu agora amigão Osmar passeamos muito.

















Brasileiro de Pelotas 1986, que saudades...

A partir deste ano o deBoer fundou o Departamento de Futebol de mesa do S C Rio Grande, para onde eu e o Mané fomos jogar.
  
Entidade nova, novos jogadores, ali surgiriam o Sergio Gonçalves, que eu já conhecia do tempo dos puxadores, o Áureo que era da nossa zona, o Carlos medusa, o Chambinho, o Duda, o Emir, o Mario Ribeiro que toda vez que me vê diz, Ronir meu mestre, o Casquete, o Almeida e os dois mais feras e pesquisadores de Futebol de Mesa que eu conheço, Alex Degani Reis e Cristian Baptista.

Segui pescando umas vagas por aí, e chega 1989, neste ano a Taça RS será realizada em Passo Fundo, a cidade que me deu o maior triunfo neste esporte. Como ganhar o Estadual lá me tirou a chance de jogar a minha primeira Taça RS, para mim lá o destino faria as pazes comigo.

Mas o ano não começou muito bem, no dia 12 de março, jogando uma partida de futebol amador (outra paixão, o time amador do Palmeira FC, onde comecei jogando no famoso dente de leite em 77), tive a Tíbia e o Perônio quebrados em uma jogada desleal, começa assim o ano da superação.

Quando comecei a poder usar as muletas para sair, depois de uma operação e que me deu uma placa de platina e oito parafusos, o interno já estava na terceira etapa e mesmo ganhando as outras não conseguiria ser vice. No fim do campeonato, campeão o Áureo e vice o Baldino, eu la pelo sétimo ou oitavo.

Um ano antes em 88 o Sergio tinha sido vice da taça e o Áureo quarto.

Quando o Áureo disse que queria me dar a vaga dele, o deBoer quase enlouqueceu, dizia como o nosso melhor botonista quer ser cavalheiro numa hora destas, jogando bem e com changes de ganhar, mas o Áureo foi irredutível na decisão, não jogaria a Taça RS daquele ano, queria que a vaga fosse minha.

O deBoer então resolveu fazer um torneio com todos que quisessem jogar a taça e foi então eu, o Mané, o Jorge Velho, o Damas, o Roberto, o Sergio e mais dois ou três jogamos o torneio, na final eu contra o Mané, outro ato de companheirismo do meu amigo, ele disse, deBoer não vou jogar a final, quero que o Ronir vá jogar, então nada mais restou do que deixar eu e o Baldino ir a Taça RS de 1989.

Antes de partir para Passo Fundo, fui até a casa do deBoer e disse, gordo, lá me tirou a chance de jogar uma Taça, e lá eu vou trazer essa pra mim e pra ti, o gordo simplesmente disse boa sorte escudeiro.
Antes da semi-final, para me classificar precisava ganhar do Marcelo CEPEL, para passar direto, mas o meu empate e vitória no jogo entre Cesar e Careca e eu estaria fora.

Mais uma vez a sorte conspira para mim, eu empatando e eles na mesa ao lado combinaram que se estivesse empate o meu jogo e o deles, um dois toques para cada um no fim do segundo tempo e seja o que deus quiser, mas um não passou bem e o outro de nervoso perdeu o segundo toque, empate deles e meu também, mas eu na semi contra o Pierobom de novo, ele iria se vingar. Não 2x0 Cruzeiro eu na final contra o Wladimir da AFUMEPA. Perto do fim do jogo uma cobertura curta dele e o Dirceu Lopes (ele de novo) lá na lateral do meu campo, chute por cima do goleiro e 1x0, pessoal, eu acreditava realmente que me tirando a chance de jogar em 84 eu seria campeão lá, e não deu outra, eu era Campeão da Taça RS de 1989.

Em 90 brasileiro no Rio de Janeiro e os amigos todos de novo, novamente muito passeio (principalmente no sitio do Martins depois do campeonato) e pouco jogo.

Depois 90 termina em Livramento com o meu grande amigo Osmar conquistando a Taça RS e eu passando o titulo para ele.

Em 91 ainda seria vice por equipes em Sta Vitoria, pelo Rio Grande.

Depois com a fundação da AFUMERG e o deBoer ter me dito que meu nome tinha sido vetado na diretoria, e consequentemente o fim do Departamento do Rio Grande mais adiante, eu fui obrigado a dar um tempo  e  os mais novos Cristian , Carlos, Mario, Duda seguiram, acho que até 96, depois também foram para a AFUMERG.

Retornei para a A.R.F.M., acho que em 96 ou 97 e de volta as pescarias de vagas para encontrar os amigos, nesta época a AFUMERG se destacava com aqueles guris do Rio Grande, Duda, Alex e Cristian despontando por um bom tempo nas páginas do futebol de mesa.

A A.R.F.M., continuava a perseguição de títulos e chegava nos anos 2000, com colocações de vice a quarto nos campeonatos anteriores, em 2001 eu conseguia um quarto lugar na taça RS, um bom resultado em anos. E na temporada de 2002/2003, pela primeira vez era campeão da A.R.F.M. e repetiria em 2003/2004, com o BI, mas no Estado só um pescador.

Então em 2006, com meus amigos Alex, Silvio e Ivan, partimos para Porto Alegre em busca do sonhado especial de equipes, então sem favoritismo nenhum, passamos as semi finais derrotando as três de pelotas e mais guaiba, nos habilitando a disputar pelo empate com a anfitriã FRANZEN, uma vaga na final.

A final foi contra o COPA de Porto Alegre e assim com o empate ficamos com o titulo. Meus amigos vibraram muito e eu alcançava mais um titulo, com uma boa campanha, a satisfação de ter o meu troféu sido entregue por ninguém menos do que Paulo Schemes, e de suas palavras de que eu era um dinossauro do futebol de mesa, só me encheram de alegria.

















Depois disso, até agora, só o quarto no sênior de 2010 e alguns torneios, como o sênior interno de 2009 e 2011 e o Lagoão de São Lourenço, lá um sênior em 2008, com 44 anos, (eles deixaram eu jogar), e dois vices jogando agora na livre, em 2009 perdi pro Marcelo Vinhas e 2010 pro cara que se lembrou de mim para este Cromo, Cristian Baptista, o cara mais sem sangue que eu já vi jogar, o mais frio sem dúvida.

Bom meus amigos muito da minha história está contada nestes trechos, não conseguiria escrever todos os nomes dos amigos feitos pelo caminho, daria mais um bocado de páginas, pois são muitos mesmo e também escrever todas as histórias presenciadas nestes mais de 32 anos de futebol de mesa e digo pra todos, ainda me lembro de muitas, mas vou contar três.

No Campeonato Brasileiro de 84 jogavam o Sergio do Rio de Janeiro, contra o alguém que não lembro de Sergipe. O Sérgio pede a gol do fundo e o sergipano pergunta é queixo duro e o Sérgio responde, é, o sergipano deita o goleiro e o Sérgio chuta com um batão, acho que uns dez graus e a bola entra por cima do goleiro, gente o cara saiu gritando queixo duro um C........e foi gente agarrando o sergipano outros agarrando o Sergio e olha, uma das primeiras confusões que vi em brasileiro, nossa que tempo bom.

A outra foi no fronteirão, acho que 85, eu e o folclórico João Carlos jogávamos uma quarta de final e ele foi sair jogando e fez falta no meu botão em cima da linha da grande área dele, o juiz disse pênalti e o João Carlos disse, não, quando a falta é em cima da linha e não dentro da área, a falta é no bico da grande área, eu olhei pra ele e disse, que tais loco é pênalti, e ele me olhou e disse, é, o juiz é novinho de repente dá certo, hehehe, riu ele, esse eu não errei.

Uma vez na ARFM, jogando contra o Douglas, devolvi uma bola com meu lateral esquerdo levantador para a lateral do lado oposto do Douglas, este puxou um botão e eu pedi a gol, o Serginho que tava fumando um cigarrinho olhou por trás de mim e viu aquela baita virada e disse, se tu fizer esse tu é mágico, hoje sem falsa modéstia o Serginho conhece um mágico, hehehe....

Para terminar, falo um pouco da minha casa, sim a ARFM, nossa casa, no momento o objetivo a ser batido no estado e daqui apouco com certeza no Brasil afora, agradeço a estes meninos que eu vi crescer e hoje são homens que me aceitam com minhas brincadeiras e frases, quem nunca ouviu “jogo muito esse jogo”, “aqui vocês tem professor”.

Que venha o desafio dos lisos, estou aí pra isso, ser desafiado.

Um sincero abraço a todos os meus amigos e até breve.

Muito obrigado.

















DOMINGO DE CAMISA DO GRÊMIO NO GOTHE GOL




















Foi ontem na sexta-feira na sala do Executivo de Marketing do Grêmio no Estádio Olímpico Monumental que aconteceu o sorteio do vencedor da Promoção de Verão do Gothe Gol.

Coube a Paulo César Verardi tirar o nome entre os participantes da Promoção que comemorou os 4 anos de atualizações diárias do Portal do Futmesa que receberá uma camisa oficial do Grêmio autografada pelos dois melhores jogadores da temporada, os atacante Kleber e Marcelo Moreno.

A Edição deste domingo do Blog traz o vencedor.

Imagens

Cromo Ronir cortesia by Ronir
Banner Promoção de Verão by Gothe Gol

20 comentários:

João Garima disse...

Ronir o Duda tai???
A lenda Ronir Oliveira.

Estas são 2 frases ditas por mim quase que diariamente quando vou tomar um café na tabacaria com my friend com ele diz.

Um Grande abraço do teu amigo e fã João Garima.

JEFERSON AVILA disse...

ESSE CARA ALEM DE SER UM ESCUDERO É UM CARA MUITO LEGAL!!!!!!!!!!!! RSRSRS GRANDE RONIR..

Maurício disse...

Grande Ronir!!!

Na vida muitas coisas mudam... A única coisa certa que não muda é o TEMPO.... este continua sempre igual, ou seja vai passando... E com certeza deixam saudades como o relato contado pelo amigo!!!

Que tu continues sempre com este espirito meu amigo...

Vamos jogar botãozinho, pra depois comer o... Hahahaha!!!!

Grande abraço!!!

Maurício Ferreira (Chambinho)

Pedrinho Gmail disse...

Excelente o Cromo...

O CHEFE foi desmascarado... Roberto Batata é do Ronir... Essa eu não sabia.

Franzen Futebol de Mesa disse...

Ronir, parabéns pela sua trajetória botonistica.
Abraço Xico

Caju disse...

Grande Ronir!

Vou pedir o Cristian Costa para criar as "Aventuras de Ronir"...hehehehe.É legal saber que mesmo voltando no tempo,são historias que ainda emocionam.

Outra coisa,na foto da delegação do RS no Brasileiro de Pelotas (1986),o primeiro da fila é o grande Aldyr Garcia Schlee!

Caju disse...

Esqueci de finalizar....hehehe

Abraço.

Caju - Franzen F.M

SAMBAQUY, Adauto Celso disse...

Amigo Ronir,
Sua história faz juz ao que o Gothe denominou "A Lenda". Realmente é maravilhoso conhecer histórias que acabam se confundindo com as histórias de todos os botonistas que levam a sério esse esporte. Parabéns pelas grandes conquistas na mesa e fora dela. Os amigos são o maior tesouro que conquistamos em nossa trajetória.
Um grande abraço
Adauto Celso Sambaquy

Marcelo disse...

Grande Ronir,

Mais um botonista "de alma", de jogo técnico, "aberto" e bonito de se ver.

Essa final do Estadual de 84 com certeza ainda é a mais lembrada da história dos estaduais.

Parabéns pela história!

Abraço,
Vinhas.

LUÍS FELIPE LOBATO disse...

Grande "Lenda" Ronir,
mais do que justa está homenagem do Gothe Cromo Gol, uma viagem no tempo, parabéns e como sepre te digo, tua vaga é sempre garantida no Lagoão.
Um grande abraço.

Perroni disse...

Ronir, Grande Cara !!!

Que história sensacional...
Li com a maior emoção.
Está tua trajetória é a trajetória dos campeões, do botão e da vida.
Sempre te admirei como botonista e como pessoa, agora vi que tens mais um atributo, és um excelente escritor...
Grande abraço Ronir, um exemplo a ser seguido.
Jose Vitor Perroni (AFUMEPA)

AFM Caxias do Sul disse...

Ronir (a lenda),
Ótimo cromo e muito bem escrito!
Parabéns pela bela história de vida e eu se fosse tu iria morar em Passo Fundo!
Abração!
Maciel

P.S. Gothe, quando teremos a história do Aldyr?

mário ribeiro disse...

Querido Roni, meu eterno mestre, o futebol de mesa não seria tão encantador se tu não existisses, seja pelas conquistas que obtivesses, seja pelas belíssimas derrotas como quando sucumbisse para o Adão. Seja como for, tu és o professor, continua "jogando muito isso", até a hora de passar a batuta pro pequeno João Carlos, quando estiveres com 80 anos.
Um abração do teu esforçado, porém limitado discípulo.

Mário Ribeiro.

Rogério D. Feijó disse...

Grande RONIR, cara fiz o contrário primeiro li os comentários depois fui ler o teu texto, a minha conclusão é a seguinte você é um dos poucos Botonistas que conseguiram ser lembrados pelo que fez nas mesas e fora delas, todas as palavras escritas nestes comentários revelam uma verdade sobre você e é esta verdade que vai ser lembrada daqui à muitos anos e isto é verdadeiramente o que somos. Meus Parabéns por você ser como é e por não ter mudado, pois a admiração das pessoas no mundo do Futebol de Mesa aumenta quando somos ÍNTEGROS nas nossas atitudes dentro e fora do tablado e você alcançou esta difícil mas não impossível meta.
Rogerinho

Gothe disse...

Maciel,

tanto um Aldyr como o outro seriam Cromos imperdíveis. Conversei com o Aldyr Rosenthal na última competição no Círculo para que me ajude a ter um Cromo do Aldyr Garcia, aquele que a maioria conhece por ser o criador da camisa da seleção brasileira, mas que tem os mais variados talentos, futebol de mesa entre eles. Estou no aguardo do Aldyr Rosenthal nos dar esta colher de chá junto ao Aldyr Garcia.

Ao Rosenthal fica meu convite público para que nos brinde com sua história também que com certeza será muito apreciada.

Um abraço,
Gothe - Editor.

Daniel disse...

Não poderia ser diferente o cara é chamado A LENDA, QUE TRAJETÓRIA MARAVILHOSA.
Abraços

Dani

Cristian Baptista disse...

Titio Ronir,
História pura do futmesa gaúcho e rio grandino. Emocionante e bem contada. Parabéns. A tua figura não poderia faltar nesse álbum.
Um grande abraço e saudades do amigo.
Cristian Baptista.

Guido - Maletas para Futebol de Mesa disse...

Ler o que o Ronir escreveu é como entrar num trem no túnel do tempo - em cada parada rever figuras incríveis e reviver histórias emocionantes. Foi o primeiro botonista que vi cantar gol com rebatida em 2 botões. Um abraço meu querido amigo!

Robson Betemps Bauer disse...

Graaaande lenda !!!!

Excelente matéria, dei muitas risadas.

Tu é um cara muito gente fina e merece a reverência dos colegas botonistas.

Parabéns pelas histórias e por ser esta pessoa parceira com todos que o cercam.

Abração !

palmeira disse...

Agradeço a todos os grandes amigos, que se prestaram a comentar a história que tentei proporcionar.
Fico agradecido com as palavras dos amigos e se deus quiser ainda vou brinda-los com outras grandes histórias.
Ainda quero escrever um livro com todas as que eu conseguir lembrar, abraços!!!!!