quinta-feira, 22 de março de 2012

GOTHE CROMO GOL - EDSON (SAPO)




















Recebi o convite para contar minha hi­­­­stória no Gothe Cromo Gol, aceitei na hora! Acompanho cada história e vejo o amor e dedicação de tantas feras e não só nas mesas, como principalmente fora, só colocar os times na mesa e jogar é cômodo.
Vou começar me apresentando, meu nome é Edson Luis Ferreira Pereira, também conhecido por Sapo, sou natural e moro em Pelotas e tenho 42 anos. Tudo começou quando mudei de bairro fui morar na Cohab-Fragata no início dos anos 80, logo consegui  uma turma e começamos a jogar, iniciamos com botões de acrílico de camadas todos rampas pois a bolinha era milho, tínhamos de lixar o milho pra tentar deixar ele uniforme, eu pra variar era o menos qualificado da turma, geralmente levava a lanterna pra casa, a "fera" dessa turma era o hoje conhecido radialista da rádio Guaíba o Rogério Bhoelke, o cara na época tinha no fundo da sua casa uma peça só com as tralhas dele, anotava tudo de futebol e adorava fazer estatísticas das nossas partidas, lembro que o vencedor de nosso torneio jogava com o vencedor de uma turma vizinha tipo mundial (eu nunca joguei essa partida, risos. . . ) os anos passaram, e no final da década de 80 descobri um campeonato que existia algumas quadras da minha casa. Foi aí que fui apresentado a bolinha oficial. Esse campeonato tinha várias feras: Jeferson, Ederlin e Valter, todos conhecidos na regra oficial. E eu com meu River Plate, fui lá ver e tentar jogar este campeonato. Chegando lá, fui bem recebido pelo “seu João”, pai do Botelho e dono da casa. De primeira notei que eles jogavam completamente diferente de mim e para completar meus botões eram diferentes!!! Não teria condições de jogar, então fui ao mercado! Fui no grande fabricante de puxadores: o Becker. Montada a equipe mudei de Clube, virei Fluminense e novamente era o saco de pancadas. Lembro de um jogo (o Jeferson também comentou sobre este jogo), me chamou a atenção a dedicação e a gana de vitórias de certos jogadores, eu jogava contra o Jeferson e ele começou a sangrar o nariz (acho que ele estava nervoso por jogar contra mim, rsrsrs) eu não conseguia me concentrar no jogo, preocupado, e ele nem aí jogando como se estivesse numa final de Copa. Resumindo...tomei 10x1..rsrsrsrs.
Um dia o Jeferson chegou com uma novidade: a Associação de “Botão Oficial”. Fiquei curioso e fui junto com ele, chegando lá fui recebido pelo saudoso Presidente Everson. Enchi os olhos e me encantei com aquela estrutura, com mesas enormes, botões uniformizados e técnicos com a camiseta do seu clube. Isso era final do ano de 92. Lembro que eu não tinha dinheiro para comprar um time, fiquei a tarde toda olhando os jogos, de repente, chega perto de mim o Sinval, com aquele jeito dele “e aí malandro, vais jogar ano que vem??” – falei que queria, mas não tinha time para jogar e ele na hora me respondeu: - “eu te empresto um time malandro!” Fiquei pensando, como pode uma pessoa que nunca me viu me emprestar algo? Naquela hora ganhei um grande amigo!! Time na mão,  comecei meus treinos. Aí me vi em outro dilema, não poderia ser Fluminense, pois já tinha o Diego Figueira. Retornei ao River Plate. Então início de 93, jogo a primeira divisão (divisão de acesso APFM). O campeonato terminou com 5, advinha quem foi o 5º ?? rsrsrs, mas fiquei feliz, pois meu amigo Valter foi campeão e subiu para a divisão especial. No fim do mesmo ano, aconteceu algo que me marcou muito, torneio de encerramento, o Presidente da APFM na época, o Everson, morava no mesmo bairro que eu, Jeferson, Ederlin, Valter e Botelho, nunca quis treinar com nenhum dos vizinhos, porém neste torneio ele teve que jogar com o Botelho, rimos muito e provocamos ele, dizendo que ele não podia fugir agora. Inicia o jogo no qual eu apitava, o Everson faz 1x0, alguns minutos e Botelho empata, lá pelos 20 minutos do primeiro tempo, vejo que Everson não está se sentindo bem. Falei a ele que iria parar o jogo mas ele terminou assim mesmo o primeiro tempo. Ao término do tempo ele pediu ajuda, e caiu! Estava tendo um derrame! Naquela noite ele faleceu. Foi um fato marcante por estar presente e ver a determinação e o amor que ele tinha pelo futebol de mesa.
Em 94 fui jogar novamente com meu River Plate a primeira divisão. Este ano o Jeferson teve coragem para jogar, novamente tive um primeiro turno horrível, ficando quase em último, foi aí que (ainda bem), aconteceu a mudança no meu jogo, troquei todas as minhas fichas por réguas, parecia um milagre!!! Consegui no segundo turno me classificar para as finais e terminei em 3º lugar o Campeonato, atrás do Jeferson o campeão e Daniel em segundo. Subiam dois para a divisão especial, então fiquei na torcida por uma desistência, e foi o que aconteceu (subi no tapetão, rsrsrs).
Ano de 95, minha primeira especial, mudei novamente de time, fui Atlético Mineiro, até a estreia, fiquei muito nervoso, pois jogar com feras como: Marcelo Conceição, Carlos, Bira, Aldyr, Figueira, Said, Pierobom, Osmar, Zilber, Alexandre entre outros. Era um privilégio e fui lá jogar minha bolinha. Tudo para mim era festa, tomava 6 e saía rindo! Mas foi em um jogo contra o Getúlio que vi que devería entrar no “espírito de competição”. Começa o jogo, 1x0 para mim, e Getúlio atacando, afinal quem queria se classificar tinha que ganhar os dois pontos contra mim (na época, era dois pontos por vitória). Sobra uma bola que eu poderia facilmente sair jogando, e o Getúlio disse: -“Deixei cavar, rapaz cava muito!” Me envaideci com aquele comentário e achando que eu era o Guido, fui para a cavada, 2 toques e Getúlio empata!! Aí pensei: o empate com o Getúlio é ótimo!! Bola vai, bola vem e eis que sobra outra bola idêntica, novamente escuto: -“Deixei novamente para o rapaz cavar!!” E eu , no alto da minha sabedoria vou para a cavada, pimba!! Dois toques, 2x1 para o Getúlio!! Fiquei uma semana sem tocar em botões. Fui mal no campeonato, terminando no torneio da morte (os dois últimos eram rebaixados). Ganhei todos os meus jogos e fui campeão, permanecendo na divisão especial.
De 96 a 98 não joguei por motivos particulares. Em 99 retorno, mas aí já com a divisão da turma da academia. Foi neste ano que comecei minha carreira de cartola, fui Departamento Técnico. Nesta época voltei com uma fome de jogo, olha o que fazíamos, eu, Jeferson, Daniel, Geovani (filho do Getúlio), Ederlin entre outros, íamos para a sede da APFM às 22 horas, levávamos lanche e o Giovane levava a esposa e uma TV para ela assistir e ficávamos treinando até a madrugada!
Em 2000, novamente tivemos mudanças e eu a minha principal, adotei o Vasco da Gama.
Em 2001, comigo na cartolagem e outros cartolas conseguimos formar um excelente grupo, vejam só o nível deste campeonato: Aldyr, Carlos, Edson, Jeferson, Victor Panda, Nilson, Joni, Said, Augusto, Marcos Piruka, Bruno, Charles, Getúlio, Ederlin, Valter, Sinval, Schlee, Zé Vitor entre outros. Ano difícil de administrar egos, rsrsrs.
Em 2002, por falta de horários no sábado, joguei a primeira divisão (divisão de acesso) muito forte por sinal, com Augusto, Zé Mello, M. Curi, e Badia, fui campeão!
Em 2003, continuei no grupo intermediário e em 2004 meu primeiro ano entre os 4 e fiquei em 3º.
Em 2005 e 2006 não joguei.
Em 2007 fui 4º colocado.
Em 2008 e em 2009 não joguei.
Em 2010, ano especial para mim. Cinco campeonatos oficiais na APFM, cinco títulos do Vasco, e ainda o 4º lugar no campeonato estadual por equipes e o 4º na taça RS.
Em 2011, assumo um grande compromisso, a presidência da APFM, infelizmente tivemos uma divisão no grupo, mas mantivemos um grupo forte e o principal, um grupo de amigos. 
 




















Campeonatos externos

Em 1999 meu primeiro estadual. Partimos de Pelotas à Porto Alegre, eu, Charles, Marcelo, Marcos e Valter. Na minha mente, só queria passar da primeira fase, consegui, estou entre os 32. Passei novamente de fase, estou entre os 16, pensei: que honra!! Eis o sorteio da chave: Bruno da Academia (3º lugar neste campeonato) Cristian Afumerg (segundo lugar) e Rodrigo da Afumepa. Última rodada da chave, jogam Bruno e Rodrigo, eu e Cristian, todos os jogos da chave tinham sido empate, 15 minutos do segundo tempo sobra um chute para o meu botão número 20 (Gallardo) me concentro, chuto, bola no peito do goleiro e rebote, chute do Cristian, de cavador e lá de trás e ele faz o gol, fui eliminado. Vocês não tem noção da tristeza que fiquei!!
Em 2000, estadual por equipes em Bagé, eu, Marcos, Valter e Augusto. Fomos nos arrastando no campeonato, jogamos 3 vezes contra a Riocell, perdemos as duas primeiras e a mais importante que foi a semi-final ganhamos , final Pelotense, APFM contra COP, e Academia apitando. Perdemos e ficamos com o vice-campeonato. A equipe do COP era muito forte (Nilson, Moraes, Victor Panda e Fernando).
Em 2010, Taça RS, meu grande campeonato. Larguei mal, ao término dos jogos da manhã de sábado, eu estava em penúltimo na minha chave, e ainda restavam 5 jogos à tarde. Juarez (Academia), Kevin (União), Leandrinho (Círculo Militar), Cajú (Franzen) e José (D’lei). No almoço fui alvo de brincadeiras de “meu filho” Alex. Dizia ele: Na APFM, o Edson é um leão, fora é um cordeiro!! E ria muito. Começa os jogos da tarde e o Vascão  vence os 5 e termina em segundo. Vou olhar os classificados e para surpresa minha não encontro o Alex, rsrsrs. O Luis Antônio, meu adversário nas quartas de final. O empate era meu, não lembro de ter tomado uma pressão igual aquela, ainda bem que terminou em 0x0. Aí foi só felicidade, estava entre os 4 melhores da taça. Semifinal contra Michel (Riograndina), o empate era dele. Faço um gol monstro a bater, mas cedi o empate.
Esta é apenas parte da minha trajetória neste esporte maravilhoso e quero agradecer à todos os amigos que fiz nesses anos todos. Abraço!

7 comentários:

Caju disse...

Fala Sapolino...

Rapaz,tu ainda lembra do nosso jogo?!?Aquilo tava mais para uma pelada de casados x solteiros do que uma Taça RS...rss.O placar deixa prá lá...rss.

Um abraço e valeu pela amizade.

Caju.Franzen F.M

Bruno Schemes disse...

Grande Sapo


Este jogo é tão importante para nós pelas histórias que lembramos ao passar o tempo.
Me lembro que a primeira vez que jogamos foi em um estadual por equipes em Bagé que jogávamos por Guaiba, nunca tinha visto esse tal de sapo, final do primeiro tempo 1 x 0 pra ele e a pressão pegou pro meu lado, no final consegui vencer por 2 x 1 com um bom segundo tempo.
Não esqueço do comentário do Sapo ao seus companheiros " não deu cara, naõ deu!".

Desde então nos tornamos amigos.
Esse é o barato do futebol de mesa, adversários se tornam amigos.

Um grande abraço Sapo e parabéns pela bela história.

Bruno Schemes

Fernando Tillmann disse...

Sapo, parabéns pela bela história que todos nós que amamos este esporte gostamos de ler e compartilhar.
Um grande abraço.

Mário disse...

Grande história!

Parabéns pela narrativa.

Um abç.

lhroza disse...

LH.ROZA

Como esse lazer o FUTMESA, nos porporciana grandes emoções.

Não importa se estejamos batendo uma bolinha amistosa, ou em uma competição, fazendo aquele gol "espírita".

SAPO...ser CARTOLA não é facil, pois por melhor que tentamos promover a UNIÃO entre os botonistas, sempre ira sobrar uma CORNETIADA.

Desejo para "VC." muitas conquistas, tanto nas mesas como pessoa enigmática que és...

1 forte abraço

JEFERSON AVILA disse...

SAPO TU TE ENGANOU, FOI 10 X 0 RSRSRSRS MESMO PLACAR 1 GRENAL, ATÉ QUE DEU LIGA TU É COLORADO E EU GREMISTA RSRSRS PARA VER COMO TU MELHOROU BAH HJ PARA TE FAZER 1 X 0 É TERRIVELLLLLLLLLLLLL MUDOU DA AGUA PARA O VINHO ASSIM DIZ O CARLOS = INFECÇAO!! PARA O CEPEL TU SEGUE O MESMO FRAQUINHO MAS MELHOR QUE O ALZYR TU ÉS SEGUNDO ELE; RSRSRSRS

Aldyr Rosenthal Schlee disse...

H-O-R-R-O-R-O-Z-O-!