Se não é errado afirmar que a Riograndina é a maior vencedora entre as associações Gaúchas de Futmesa nos últimos tempos, igualmente não é errado afirmar que o grande salto de qualidade em 2011 foi dado pela AFM Caxias. Base das novas aspirações pela modalidade liso, capitaneadas por Breno Kreuzner em Porto Alegre e que depois se expandiu para Pelotas, Santa Vitória do Palmar e Rio Grande, a AFM Caxias antes vista como uma associação isolada na serra Gaúcha por praticar somente a modalidade liso, hoje está amplamente integrada não só como filiada a FGFM, mas sobretudo por um movimento que soube estabelecer a aproximação daqueles que tinham interesse e curiosidade em praticar o liso.
A abertura de algumas de suas competições para convidados deu ao liso caxiense a mobilidade que precisava para sua expansão, com maior impacto em outras praças que a ação de apaixonados que aqui e ali procuravam implantar o liso em diferentes associações. A integração hoje é completa, e a prova desta é que o novo Presidente da Federação Gaúcha de Futebol de Mesa é um futmesista do liso, portanto ela se deu dentro e fora das mesas.
Mas uma observação maior pode ser feita, os caxienses tiveram que se adaptar ao novo cenário de competições, ao positivo intercâmbio com diferentes jogadores, e esta aproximação além de expandir a base do liso no Estado, também significou transferência de culturas de jogo que ao mesmo tempo que ensinavam a modalidade aos demais, qualificavam o seu próprio jogo.
De um início de alguma dificuldade, onde parecia que os novos praticantes do liso passariam a contar com alguma vantagem pela sua base no cavado, os jogadores da AFM Caxias encararam silenciosos a transição e este ano de 2011 já mostraram o resultado desta adaptação.
As vitórias de Mário Vargas no Centro Sul, de Daniel Maciel na Taça RS, o vice-campeonato no Estadual Equipes e a semifinal no brasileiro de Equipes, são a tradução deste novo encaixe de jogo dos caxienses, já com a soma da experiência deste convívio com botonistas que oriundos do cavado, passaram a se dedicar com foco ao liso.
Além de torneios internos com convidados e participações constantes em competições externas, a abertura de suas portas aos cavados com os "paulistas", completaram uma equação que deu também do ponto de vista da exposição de imagem, um outro perfil a AFM Caxias no cenário botonistico Estadual e nacional.
A temporada 2012 tem tudo para ser extremamente interessante hoje contando com uma dimensão mais equilibrada de experiências entre uma AFM Caxias de nova construção e associações que investiram mais no liso, entre elas a Academia de Pelotas, Sta.Vitória, Franzen, Riograndina, AFUMEPA e inclusive o Círculo Militar.
LANCES RÁPIDOS
* Como era possível prever, Chambinho ficará de fora de algumas competições com a chegada de Lucca, o 1º filho. A primeira vítima de sua ausência deverá ser o Lagoão 2012, que coincide com o batizado do futuro botonista. Pelo bate-papo no MSN, soubemos de sua participação no Centro Sul, no Brasileiro e nos estaduais Especial e de Equipes. Com sua tradicional "risada", afirmou que será Campeão em 2012 e dedicará o título ao Lucca. Recorte e guarde.
* Dia de expectativa pela liberação de recursos de Brasília para investimentos em mobilidade urbana no entorno da Arena do Grêmio. Caso se confirme, ficará mais prazeroso estar em férias a partir do dia 1º de janeiro. É o tradicional "Missão cumprida".
* Vinhas confidenciou a redação que os jogos do integração com a Riograndina foram aleatórios e divertidos e que perdeu a maioria. Perder quando pode é um privilégio para poucos.
* Semana de expectativa para o Grêmio também fora da Arena. Chegando Leo Gago para o elenco 2012 e outros nomes começam a ganhar proximidade.
* Se estiverem ainda na ativa, deveremos ter amanhã os nossos COLUNISTAS. Cada um ao seu estilo fizeram da quarta-feira leitura obrigatória do Gothe Gol. Cristian arrebentou no IBOPE com as histórias do Cajú que varreram o Brasil e Rogerinho trouxe o tempêro certo para o espaço dos vermelhos. É só conferir.
* O jornal francês L'Équipe divulgou sua seleção do Mundo em 2011. Entre uma maioria do Barça, Manoel Neuer do Bayern de Munique, Vidic do United, David Silva do City e ainda Marcelo e Cristiano Ronaldo do Real Madrid.
* Os vermelhos montam sem dúvida um quarteto de respeito para 2012 com Dagoberto, Damião, Oscar e D'Alessandro. Mas a saída de Andrezinho significa falta de reposição e da bola parada com qualidade. Mas arrisco dizer que taticamente uma peça importante que não podem perder e correm sério risco que vá para o Vasco, é o ala esquerdo Kleber. A jogada pelo setor foi sempre melhor construída do que pela direita, e a experiência e desafogo nos pés de Kleber sempre foi essêncial.
COM O GRÊMIO ONDE ELE ESTIVER
Não consigo pensar Futebol de Mesa e não lembrar de Carlos Roberto Foschiera. Aliás desde minha chegada ao Grêmio em agosto de 2003, passaram a ser sinônimos. Se o Grêmio teve botonismo depois de uma pausa de anos, é porque Fosca (como o conhecemos) insistiu, persistiu, lutou.
Fosca foi no Grêmio uma espécie de Tito, aquele que manteve a Iugoslávia unida apesar de tantas etnias diversas de 1953 à 1980. O Grêmio chegou a contar com 50 jogadores de regra brasileira em 3 divisões, Fosca no comando. Mas era justo que sentisse o tempo e o desgaste. O Grêmio passou por outros comandos, mas nunca foi o mesmo, as etnias se moveram, romperam.
Fosca começou no Tricolor com o regra Gaúcha, abriu as portas para a regra brasileira, abrigou a 3 toques e inclusive o Futsal de Mesa. Sentiu como todos nós o fim do esporte no Grêmio, não erro em dizer que sentiu mais do que qualquer um de nós. No Futebol de Mesa não deixou o Grêmio, o Grêmio o deixou.
Foi sempre um pioneiro, pioneiro em levar as notícias do Futmesa do Grêmio ao site oficial do clube com entusiasmo, foi pioneiro na organização de torneios, na assimilação de qualquer novidade que representasse jogar o Futebol de Mesa. Foi um dos primeiros a apaixonar-se pelos lisos, adquiriu time, comprou mesa, e as tardes dos sábados principalmente tornaram-se mais longas em intermináveis amistosos com Lauro Moretto, Carlos Kuhn, Macedo e Pirênio.
Nada lhe castigou mais do que na prática ficar 6 meses "sem jogar" na transição do Grêmio para um novo lugar, mas foi parceiro. Viu com tristeza a saída de Moretto, Macedo e Carlos Kuhn, mas foi parceiro. Nada lhe castigou mais do que não poder jogar seu liso no Geraldo Santana, com espaços e jogadores apenas nos cavados. Por um tempo os inseperáveis amistosos com Pirênio ainda fizeram passar o tempo, mas existiam necessidades indesmentíveis.
Fosca do tradicional Nacional uruguayo já jogou seus últimos jogos no Geraldo com um time de lisos contra os cavados, era na verdade uma silenciosa reclamação. Com o Editor foi a Pelotas com toda a disposição representar o GS no Sênior Estadual de cavados. Já era mais Torres na regra Gaúcha do que Geraldo na brasileira.
Em novembro anunciou que iria tomar outro rumo, se reencontrar com o liso e com Moretto e também Kuhn, faz uma semana confirmou o novo destino solicitando a transferência ao Geraldo para registro junto a FGFM. A Franzen que será sua nova casa já divulgou sua chegada, merecidamente festejada, uma grande aquisição.
Quando Fosca voltar ao Geraldo para um amistoso eventual ou torneio (será sempre cadeira cativa na Copa Gerd Wenzel), será como se nunca o tivesse deixado, Fosca é
wild card para jogar no lugar que escolher, Fosca é na essência Futmesa. Brigador pelo botonismo, jamais adotou uma nova regra ou destino com o objetivo de tornar-se um vencedor, para ter melhor desempenho, apenas pelo prazer de jogar e promover o esporte em cada uma de suas formas.
Fosca só não deixará saudades porque já deixava saudades, já não esteve no último campeonato e na última Copa do clube, apenas visitava os amigos. Mas o que Fosca leva para o novo clube é o agradecimento de cada um de nós, o reconhecimento por tudo o que fez no Grêmio, pela dedicação ao coletivo, pelo sacrifício pessoal de ter jogado um bom tempo conosco na Luiz de Camões, mesmo sem ter o liso a sua disposição.
Leva também a torcida de todos nós tenho a certeza para que reencontre a diversão de jogar o seu liso, e com certeza jogará o cavado e o que mais surgir, como seguirá com a Gaúcha em Torres, nos Lobos. Fosca leva a nossa torcida para as suas vitórias, pois no fundo estará vestindo a camisa do velho e bom Departamento de Futebol de Mesa do Grêmio, o lugar que pode tê-lo deixado, mas do qual seu coração e sua alma jamais sairão.
Boa sorte Camarada Fosca !
NAVEGANDO
Nossa saudação especial aos novos amigos de Pimenta Bueno em Rondônia (na foto acima o Parque Municipal). Nosso abraço aos amigos de Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Arroio dos Ratos, São Lourenço do Sul, Santa Maria, Bagé, Canguçu, Santa Cruz do Sul, Passo Fundo, Caçapava do Sul, Rio Grande, Caxias do Sul e Alegrete no Rio Grande do Sul, Florianópolis, Sombrio, Itajaí, Canoinhas, Lages, Joinville e Blumenau em Santa Catarina, Curitiba, Mal. Cândido Rondon, Cascavel, Maringá, Londrina e Paranaguá no Paraná, São Paulo em São Paulo, Rio de Janeiro no Rio, Belo Horizonte e Alfenas em Minas Gerais, Goiânia em Goiás, Brasília no DF, Salvador na Bahia, Recife em Pernambuco, Maceió nas Alagoas, Natal no Rio Grande do Norte, Fortaleza no Ceará, Belém no Pará, Vaughan no Canadá e Novi Sad na Sérvia.
Imagens
Fotos mosaico AFM Caxias by blog AFM Caxias
Fotos Foschiera by arquivos do Gothe Gol
Pimenta Bueno by Gothe Gol
