quarta-feira, 22 de agosto de 2012

NA AVALANCHE por Cristian Costa

Bipolar Flexível

Esse título da coluna é uma homenagem a um dos blogs mais legais que eu conheço.

O blog é do Aldyr e o endereço é http://bipolarflexivel.blogspot.com.br/

Mas o porque desta escolha?

Simples: é nesse estágio que o Grêmio tem deixado o seu torcedor ultimamente. Vamos da depressão da derrota sem perspectiva, como contra a Portuguesa, a euforia do triunfo avassalador, a goleada sobre o Figueira.

Hoje contra o Coritiba, que estará desfalcado do Toby, e no domingo contra o time do Sonda esperamos viver apenas o segundo sentimento. E olha que não precisa nem ser goleada. Um empate nessa quarta e uma vitória simples no final de semana vão ser mais do que bom.

Marcelo Moreno fez, disparado, a melhor atuação dele no Grêmio. Se mantiver esse nível de jogo, já começo a repensar tudo o que escrevi sobre ele neste primeiro semestre.

Kleber não fez falta. Será que finalmente as pratas da casa Pico e Leandro voltaram a desencantar? Vamos torcer.

Galera do Jardim Botânico que joga botão no Geraldo em festa com a atuação do lateral esquerdo tricolor.

O poderoso chefão

A matéria abaixo é do site olheiros net, o melhor do Brasil quando o assunto é categorias de base. Ela revela a influência do empresário Jorge Machado nas categorias menores do clube. Eu a considero, no mínimo, constrangedora para a direção.

Em tempo, o Grêmio lidera o estadual juvenil e infantil com 100% de aproveitamento. Na Taça BH de Futebol Junior, o Tricolor chega a última rodada precisando vencer o Vasco da Gama para uma eliminação precoce na primeira fase.

Abaixo a matéria

Nos seus tempos de jogadores, Marcelo Mabília e Carlos Gavião passaram sem muito destaque pelo Grêmio. Como treinadores, também não têm currículos que credenciem uma chance nas principais equipes da base de um grande clube. Mas, no futebol brasileiro, nem sempre é necessário ter isso para encontrar uma oportunidade de ouro. Respectivamente os novos técnicos do sub-17 e do sub-20 gremistas, Mabília e Gavião tiveram a indicação de Jorge Machado.

Segundo apurou a coluna junto a quatro fontes próximas à base gremista, foi via influência decisiva do empresário que domina o futebol gaúcho – e principalmente o Grêmio - que eles foram anunciados pelo clube há poucos dias. Mabília e Gavião têm o desafio de voltar a fazer a base tricolor buscar grandes títulos após mais um semestre bastante ruim. Mas o retrospecto de ambos é desanimador e deixa dúvidas sobre as credenciais que têm para os cargos.

Novo treinador do sub-20, Mabília tem desafetos espalhados pelo Rio Grande do Sul, do interior até o rival colorado. Empresariado por Machado desde seus tempos de jogador, auxiliou Ivo Wortmann e recentemente se tornou técnico. Seu melhor resultado foi levar o Novo Hamburgo, de grandes investimentos na base, até a semifinal da Copa FGF Sub-19 2011. Neste ano, entretanto, um fiasco: caiu na segunda fase do Gaúcho Sub-20 com dois empates e quatro derrotas. Até um clube amador, o Igrejinha, acabou na frente.

Gavião chega para o sub-17 depois de os gremistas somarem campanhas muito ruins no Gaúcho Juvenil e na Copa FGF Sub-17. Ainda que seja descrito por pessoas próximas como alguém de bom trato, seus resultados são ainda mais preocupantes que os de Mabília. Pelos profissionais do Pelotas, chegou a ser lanterna da Copa FGF e foi demitido depois de três derrotas em três jogos no Gauchão 2012 – sem ele, o time reagiu no campeonato e acabou em oitavo dentre 16 times.

Para um empresário com trânsito livre na Azenha, é fantástico ter dois treinadores de confiança nos juvenis e juniores. Nos profissionais, também era assim em janeiro, quando Caio Júnior precisou engolir as promoções precoces de Biteco e Yuri Mamute, um pedido pessoal de Jorge Machado ao presidente Paulo Odone.

A dupla, de fato, tem qualidades. Mas a profissionalização veio antes da hora. Vanderlei Luxemburgo chegou e, de imediato, solicitou que ambos voltassem à base. Empresariado por Gilmar Veloz, rival de Jorge Machado, Luxa logo suscitou especulações no Estádio Olímpico, mas sua decisão foi a mais adequada.

Nesse momento, Machado é o empresário das duas maiores promessas da base do Grêmio e também do jogador mais valorizado do elenco profissional, Fernando. Foi quem conseguiu negociações milionárias no exterior para Carlos Eduardo, Rafael Carioca e mais recentemente Mário Fernandes. Agiu como intermediário para a contratação de Kleber, ainda que o clube tenha um diretor executivo (Paulo Pelaipe) e o jogador tenha um empresário (Giuseppe Dioguardi).

A ascensão de Jorge Machado começou no Caxias, clube em que ele chegou a ter quase 100% dos direitos econômicos dos atletas. Hoje, diz-se que a influência do empresário é menor. Coincidência ou não, com problemas nos negócios pessoais do presidente Osvaldo Voges, o clube da serra gaúcha tem salários atrasados e demissões em massa na base.

Machado, mesmo distante, mantém sua influência. Eleito revelação e o melhor jogador do último Gaúcho Sub-20, Murilo foi afastado pela presidência em meio às semifinais contra o Grêmio porque se recusou a vender parte de seus direitos a Jorge Machado e optou por outro agente. O pai do jogador, roupeiro do clube, foi demitido. É assim que a banda toca.

Firulas

#1
Ainda que menor, Machado também tem sua influência no Internacional. Ele é o empresário de Marlon Bica, que superou a má fase do último ano e faz boa temporada. A tendência é que suba para os profissionais em 2013.

#2
Maior revelação do Grêmio nos últimos anos, Fernando é uma herança dos tempos de Rodrigo Caetano, cuja saída em 2007 deu início à queda da base gremista. Fernando já era titular da seleção brasileira sub-15 naquele ano.

#3
Em setembro, aliás, há eleições no Grêmio. Sabe-se lá o que pode acontecer. A falta de sequência de trabalho na base, por razões políticas, é um problema sério ao longo dos últimos anos.

Futebol de Mesa

Nesse final de semana, a bolinha rolou para o Estadual. E o título ficou mais uma vez com o Silvio. Impressiona os números do campeão. Foram oito vitórias e dois empates, marcou gol em todos os jogos. E não dá para dizer que pegou grupo fácil na caminhada rumo ao quarto título (não chamo de tetracampeonato porque não é consecutivo). Na primeira fase passou por gente do quilate de Marcelo Mallet e Felipe. Venceu na segunda fase ao Diogo (Guaíba) e o Tiago da Academia. Seus únicos empates foram, na segunda fase, com o Rogério – GNU- e com o Diogo (Afumerg), nas oitavas. Apesar da bola na trave do Vinhas no primeiro tempo da decisão, considero o título do Silvio sem questionamentos.

A Riograndina impressiona não só pela quantidade de títulos, mas pela força do grupo. Dos sete jogadores que vieram a Porto Alegre, todos passaram de fase. Desses, três alcançaram a fase de mata-mata. Dois deles com as melhores campanhas, Ronir e Silvio. Destaque também para o boa gente Eduardo “Buzina” que na sua estreia na competição já fez bonito quase chegando as oitavas. E olha que o grupo deles ainda conta com o João, o Cristiano, os Sandros, o Mário, o Perazzo, todos jogadores de bom nível. Fora o Alessandro que parou de jogar e talvez fosse o mais artístico de todos eles.

Apesar de não ter nenhum afeto por aquela camiseta, sofri muito Bullying por lá, eu respeito a Riograndina pelos jogadores atuais e por ter começado a jogar botão na entidade no já distante 1988, graças ao Alam e ao Jair.

Essa avalanche de conquistas projeta o maior Estadual de Equipes de todos os tempos no ano que vem na casa deles. Serão dezenas de equipes tentando levar o que tem de mais forte para encerrar o maior ciclo vitorioso de uma entidade no futebol de mesa do RS.

Quem tem motivo de sobra para comemorar também é a Afumerg. Meio por baixo nos últimos tempos, a associação que já foi a dona do campinho, colocou todos os seus três jogadores entre os 16 melhores. A cereja do bolo foi o Índio que ficou em quarto lugar e inaugurou sua estante.

Novos tempos

Vivendo um período de renovação e com desfalques importantes, Franzen e Círculo Militar tiveram campanhas inferiores a GNU e Geraldo Santana.

Nenhum dos botonistas das duas tradicionais e fortes entidades chegou no mata-mata. A franzen pode alegar em sua defesa que o Robin e o Caju pegaram chaves indigestas na primeira fase e o Alam, que mal voltou a jogar e já está apresentando um ótimo nível, não chegou nas oitavas por detalhe.

A única boa notícia do Círculo foi o seu Ávila. Ele passou em segundo lugar num grupo casca deixando o Caju e o Piruka pra trás.

O GNU chegou com dois botonistas. Ambos passaram de fase. E o Rogério ainda chegou nas oitavas.

Os três botonistas do Geraldo Santana jogaram 17 vezes no torneio e perderam apenas três, uma derrota cada um. Foram sete empates e sete vitórias. Muito bom. Eu cheguei entre os oito novamente. Se na campanha do ano passado foi meio aos trancos e barrancos, desta vez tive uma campanha consistente com 5 vitórias, dois empates e uma derrota. A sorte me ajudou é verdade, mas deixei pelo caminho na primeira fase o semifinalista de 2011, o Rodrigo. E na segunda fase o campeão do ano anterior, Duda da Riograndina.

A Afumepa segue, na minha opinião, sendo a entidade mais forte de Porto Alegre. Colocou dois entre os dezesseis e um na zona de premiação.

As entidades da região metropolitana tiveram desempenho equilibrado. Todas colocaram um jogador na segunda fase. Destaque para a boa estreia do Paladino, Gravataí. O Paulo Lofrano e o Gerson Novo jogam muito bem. Se o pessoal deles se animar, poderão formar uma boa equipe para o estadual de 2013. Pena o vacilo do Gerson na questão da arbitragem que vai tirar uma vaga da entidade no especial do ano que vem. Viamão mostra crescimento tb. O surfista Di Leone passou de fase com autoridade eliminando o Fernando, que joga muito. Guaíba reestreou com suas duas feras, mas não foi longe. Acho que o maior desafio da entidade é se organizar e voltar a crescer no número de praticantes.

Demais entidades

Canguçu – Teve um jogador na segunda fase;

Santa Vitória do Palmar – Só foi com o Fernando e não passou da primeira fase;

São Lourenço – Mesma coisa que Santa Vitória. O Ochoa que jogou;

AABB – Seu Ênio pegou uma chave ingrata e ficou por ali mesmo;

Caxias – Foi bem. Teve Cristian nas oitavas (apesar que dele sempre se espera mais por ser um mito) e Maciel até as quartas. Grande resultado do nosso presidente;

APFM – Abaixo do esperado pela qualidade dos jogadores e também em função dos desfalques de última hora. Aldyr chegou na segunda fase;

COP – Curi foi até as oitavas, mas o legal foi ver eles de volta depois da ausência no equipes;

Academia – Depois da Riograndina, a melhor associação do Estado. Possue um grupo muito forte. Talvez seja a entidade que mais reveza jogadores nas competições externas. Teve o Vinhas como vice-campeão e o Pedrinho nas oitavas;

UPFM – Ainda em fase embrionária, tinha no Piruka a sua grande esperança. Mas ninguém passou da primeira fase;

Passo Fundo – Copeiros como sempre. Julinho chegou nas oitavas.

Manchester – Sem dúvida uma das associações que mais investe nos jovens. Vai colher os resultados logo ali na frente;

Mais Destaques

Quatro meninos que disputaram o juvenil estavam no estadual. Há quanto tempo nós não víamos isso. Gabriel (Manchester), Yago (Círculo Militar), Marcelo (APFM) e um dos gêmeos do Antônio (Passo Fundo).

E mais um recorde para o botão do RS. Vinte e uma entidades participaram do estadual especial. A única ausência foi da galera do Delei (Bagé), mas que estava presente no Equipes.

Dos 15 jogos eliminatórios, só o Diogo reverteu a vantagem do Ronir ainda nas oitavas de final. Poucos 0x0 nas fases de grupo e nos jogos eliminatórios. Galera cada vez vendo mais que a vitória é fundamental para depois colher os frutos com a vantagem.

Gothegolplus

Sem sombra de dúvida a pessoa que mais discorda do Gothe sou eu. A nossa maneira de ver o mundo é completamente antagônica, mas ninguém pode negar a importância do blog dele para o futebol de mesa. O Christian Baptista definiu perfeitamente a importância do blog no circuito do botão.

Frase da semana

“Vou parar”. Caju minutos depois de ser surpreendido pelo seu Ávila e ficar fora do estadual. Horas depois, o galês já jogava a copinha contra um dos filhos do Antônio.

Tá no sangue meu parceiro. Nem adianta tentar parar.

Um comentário:

Silvinho disse...

Grande Cristian
Primeiramente agradecer tuas palavras, nós da ARFM sentimo-nos honrados com tamanha distinção.
A posteriori também cumprimentar-te pela brilhante campanha, estar duas vezes consecutivas entre os oito melhores desta competição, tamanha a qualidade dos botonistas não é pouca coisa, parabéns!
Quanto a sua afirmação de não ter nenhum afeto por nossa camisa, gostaría de expor nosso sentimento de orgulho por teres a vestida, foste num momento de renovação uma das pessoas que muito contribuíram para o crescimento da ARFM, qualquer coisa que tenhas sofrido com certeza não foi obra de nossa direção, ratifico que as portas da ARFM estarão sempre abertas aos amigos, e tu é um destes!
Um forte abraço do amigo
Silvio
Vice Presidente da ARFM