terça-feira, 23 de outubro de 2012

GOTHE CROMO GOL - ALAM CASARTELLI




















Inicialmente gostaria de agradecer ao Gothe pelo convite de participar desse álbum de jogadores de futebol de mesa. Para mim é uma honra estar entre grandes amigos do passado e presente e que fazem a história desse esporte fascinante, bem como entrar para as páginas desse blog que é referência no futebol de mesa. Sou RioGrandino e como diz o Sérgio Oliveira “a terra que tem o maior número de jogadores de botão por metro quadrado”. Terra de grandes craques no esporte e com vários campeões diferentes. Embora esteja distante deles atualmente (mas eu chego lá – hehehe!), tive o meu momento quando fui campeão Estadual Junior em Guaíba e me orgulho de ser um botonista de Rio Grande e da RioGrandina. O Alex Degani diz que a RioGrandina é o Barcelona do futebol de mesa e ele mais toda a turma de amigos são o Messi, Xavi, Iniesta, etc... Os resultados mostram que jogam muito e “jogo junto com eles” também em cada campeonato, torcendo e vibrando com cada vitória. Todas sabem que a Riograndina está no meu coração e que tenho grandes amigos lá.  E sempre falo brincando que esteve por lá também, do Barcelona, o Romário, o Ronaldo, o Deco, o Rivaldo, etc.. representados pelo Márcio Machado, pelo Parada, pelo Paco, pelo Silvinho, por mim, e outros. O Silvinho é o único dessas duas gerações diferentes que ainda joga, mas alguns já estão voltando a jogar como o Márcio Machado. E é muito legal ver essa turma toda junta. Isso é o futebol de mesa: uma união entre amigos. Na última vez que fui a Rio Grande fomos até às quatro horas da manhã, tomando cerveja, comendo churrasco e é claro jogando botão. É muito bom!

O INÍCO

Mas indo diretamente a minha história, ela começou de forma semelhante à de muitos que relataram no álbum do GotheGol . Times de panelinhas, jogos no piso de casa, depois no famoso Estrelão. Meus primeiros botões foram os ditos “puxadores”. Comprávamos numa casa de esportes (ChicoSport) e eram os botões Amaurí.  Eram times coloridos e montávamos conforme a nossa escolha. Meus primeiros jogos no Estrelão foram com amigos como o Cristian Costa (o colunista famoso do GotheGol mesmo). Tínhamos em torno de 11 anos de idade. Éramos vizinhos e jogávamos em casa e, muitas vezes, quando a quantidade da gurizada era maior, no próprio corredor do prédio em que morávamos. Foi lá Pedrinho (falo com o da Academia) que conheci a Karen. E é verdade, o Cristian “pipocou”. Me lembro dela e do fato relatado por ele. Era uma gata mesmo. Se eu conseguir o telefone dela te passo. Sei que queres conhecê-la (hehehe!). Depois começamos a jogar na casa de um amigo chamado Michel (o Cristian vai lembrar) com uma mesa de compensado, as traves com rede (sensacional). Tudo feito pelo padrasto dele e que paciência tinha a mãe dele. Tinha dias que eram quase uns dez jogando. Ela teve que começar a fazer seleção de quem ia jogar. O mais legal era a ansiedade que tínhamos depois de chegar da escola, fazer os temas e ir jogar botão. Quem não passou por isso? Era uma expectativa o horário dos jogos. Era legal também o momento das negociações dos botões, as famosas trocas. Tinham botões que valiam por cinco, seis.... Eu admirava muito um time do Flamengo desse padrasto do Michel (não é o da RioGrandina). Ele tinha me dito que foi montando negociando botão por botão. Todos tinham as cores do Flamengo, mas com camadas e tamanhos diferentes. Pensei para mim, vou fazer um “igual” do Inter. Depois de mais ou menos um ano e várias negociações estava com meu time do Inter que eu mais joguei de puxadores. Algo que me marcou muito também foi um time da França que eu tive e me lembro da escalação até hoje. Era a seleção de 1986 (Bats, Amoros, Tigana, Batiston, Bossis, Platini, Rocheteau, Papin, Giresse). Escrevendo agora, chego a me emocionar lembrando daquela época.  Depois veio a época da RioGrandina.

A ÉPOCA DA RIOGRANDINA

Comecei a jogar na RioGrandina  porque o Silvinho me levou. Tinha uns 12 anos de idade. Eu e o Silvio andávamos a cavalo na praia do Cassino e ele me comentou que jogava botão numa associação. Primeiro fui jogar na casa dele na praia do Cassino e depois fui para a RioGrandina. Cheguei quando a associação estava mudando de local e inclusive ajudei a pintar as paredes. Fiz muitas amizades lá, inclusive com um dos maiores amigos meus até hoje, o Márcio Machado que foi meu padrinho de casamento; Outros amigos fiz lá também: Silvinho, Parada, Cesar, Bigode, Douglas, etc... (desculpem se esqueci alguém) e levei o Cristian Costa para jogar. Acho que influenciei o Cristian, espero que de forma positiva, em algo que ele leva para vida até hoje. Incomodávamos (essa gurizada toda) também amigos como Clair, Perazzo, Ivan, Ademir, Monteiro, Sérgio, etc... Que época muito boa!. Encontrei o Clair no mês passado em Cascavel e ambos encheram os olhos com lágrimas. Fazia 22 anos que não nos víamos e começamos a lembrar daquela época. Isso é o futebol de mesa: criar respeito, admiração, simpatia e amizades que se eternizam. Primeiro joguei na série B e fiquei em vice em praticamente todos os turnos, mas no final fui campeão pelo somatório de pontos. Meus clássicos na série B eram contra o Bigode que jogava com o América Mineiro. Quando subi para a série A meu maior clássico era contra o Silvio. Conhecíamos muito o jogo um do outro,  já que sempre fazíamos muitos amistosos. Meu primeiro time foi um América de paladon feito pelo seu Britto. O Silvio tinha uma Seleção Brasileira também de paladon. Na época o seu Britto estava “ajustando o paladon” e quando o botão batia na trave ou numa cavada muito forte lascava. Seu Brito me deu então um América que era uma “pastilha de tão fino” e me acertei muito com esse time. Eu e o Silvio íamos para casa do seu Britto também testar as réguas que ele fazia. Testem essa dizia ele. Eu e o Silvio dávamos uns cem chutes a gol. Na época a régua não era tão utilizada como hoje.  Voltando aos times... O time mesmo que me deu grandes alegrias foi o que comprei do Márcio. Era a Ponte Preta. A MACACA. Os mais antigos devem lembrar dos gritos é da MACACAAAAAA! Grito esse que começou com o Perazzo que foi o primeiro dono do time, mas que somente ficou conhecido fora de Rio Grande por minha causa (hehehe!).  O Mallet (Marcelo), que joga muito, (hoje né Marcelinho hehehe!) me lembrou meses atrás, lá no círculo, que eu jogava com uma régua verde e segundo ele que eu chutava muito. Chegou a sonhar com a régua verde e a macaca certa vez (hehehe!). Esse time me deu grandes alegrias. Fui vice em 1989 e campeão em 1990 no Estadual de Juniores. No de 1989 perdi na final para o Silvio. Adivinhem como? com um gol a bater. Não me culpem, todos que já levaram gol a bater do Silvio, mas acho que tudo começou lá. Fui a primeira grande vítima. Na época somente Livramento havia ganhado os Estaduais de Juniores. O Careca era Tri-Campeão. Já havíamos jogado o Estadual de Juniores em 1988 na cidade de Alegrete (dormimos num alojamento militar – um frio danado – me lembro até hoje) e ficamos impressionados como o Careca jogava com aquela fichinha. O Clair nos lançou um desafio para no próximo ano de chegarmos em condições de sermos campeões.  As disputas eram muito grandes. Para jogar o Estadual de Juniores tinha eliminatória interna. Eu e o Silvio ficamos treinando até as três da manhã para conhecer as mesas de Livramento e “tíramos o título deles” em 1989. Falando em Silvio, somente joguei futebol de mesa na RioGrandina por causa dele. Valeu Silvinho! És um grande amigo da infância e do presente e fico muito feliz quando vejo as nossas esposas, mais a do Alex serem amigas. E vocês sabem que a minha casa é de vocês também e fico muito feliz quando todos da RioGrandina estão lá confraternizando. Bem, voltando ao Estadual de Juniores...  Em 1990, me lembro como se fosse hoje. Foram na minha casa o Perazzo e o Sérgio Oliveira e disseram: Alam tens idade para jogar... Vai lá... Joga o Estadual de novo. Estavam com a camisa da RioGrandina e as passagens compradas. Aqui quero agradecer essas duas pessoas. Também quando encontrei o Sérgio no meu retorno ao futebol de mesa, no ano passado, vi a emoção dele ao nos encontrarmos novamente. A minha emoção também foi grande e me lembrei de imediato dessa situação do campeonato. Sempre te admirei muito Sérgio e para mim és o grande exemplo no futebol de mesa.  Já te falei pessoalmente que esse título que eu tive só aconteceu por causa tua também. Valeu! Seguindo a história, fui até Guaíba e fui Campeão. Fiz um campeonato impecável. Quando cheguei lá vi a turma do Rio Grande (na época tinha uma rivalidade grande). Eram uns seis ou sete que o De Boer tinha levado. Estavam Chambinho (valeu meu véio pelo boné do Real de presente, lembraste de mim – Obs: não deixa mais o Duda te enrolar em troca de botões) Juarez, Diogo e outros. E todos falavam: Alam tem um tal de Cristian Baptista que vai fazer frente contigo. Realmente fomos para a final os dois e o jogo foi duro. Ganhei nos Penaltis, mas acho que mereci o título pela campanha como um todo. Poucos meses atrás falei brincando para o Cristian quando o encontrei no Estadual de Equipes: foi só eu parar e tu ganhastes tudo - já sei ... ficastes com o meu futebol – hehehehe!).

O RETORNO

Vou contar agora do meu retorno 22 anos depois. Minha última partida tinha sido em 1990.... quando de repente encontrei em junho de 2011: Duda, Alex, João, Michel e Alessandro. Estavam na loja de conveniência de um posto aqui em POA. Me falaram que estavam vindo jogar botão.... Eu fui direto para o local do campeonato assistir e fiquei muito feliz vendo a RioGrandina campeã por equipes (me emocionei na entrega de troféus – me relembrou a infância). Passei também o final de semana todo revendo amigos da época de infância (Sérgio, Careca, Cristian, Leandrinho, Robson, Chambinho,  etc). O Careca então me convidou para jogar na Franzen. O Careca também é um grande amigo (perdemos muito com a sua saída da Franzen – Ele é um grande líder). Juntamente com o Leão, Caju e Robin são pessoas que me aproximei muito na Franzen e que tenho grande amizade. Também as nossas esposas fizeram amizade e é muito legal viajar junto com vocês como quando fomos para Recife. O Caju foi o cara que mais joguei amistosos no meu retorno. E eu estava apavorado. Não estou jogando nada. Não consigo chutar a gol. Depois entendi (hehehe!).  Valeu Caju pelos treinos. O Leão é um grande parceiro também de amistosos. Antes dos campeonatos fora nos reunimos para jogar e devo muito do meu crescimento no futebol de mesa nesse ano aos amistosos com ele. Valeu! És um grande parceiro! Vamos esperar o Careca ligar quando vir a Porto Alegre e tomar cerveja às custas dele. Jogando liso é claro. Te esperamos filhote! Estou com uma mesa lá em casa! Mas não vem me fazer gol como aquele em Cascavel (hehehe!).

Hoje jogo um time do Real Madrid. O Maciel me chama de Alam Madrid (valeu Maciel por ter lixado os botões – espero que venha com o teu jogo também – hehehe!). Finalizando, gostaria de dizer que precisava disso na minha vida de novo, sentir aquela adrenalina da infância e conviver com pessoas como as que cito nessa minha história. E devo isso a RioGrandina e principalmente ao Duda (amigo de colégio – me reconheceu nessa loja do posto aqui em Poa e me colocou “pilha” para ir assistir o campeonato). Duda....estou indo a Rio Grande para te libertar meu véio. Não esquece: Somos fortes porque somos unidos!

Encontrar o Duda, Michel, João, Alex, Silvio, Ronir, Eduardo (Buzina) em cada campeonato fora é muito bom! Fazer churrascos na minha casa e também chegar em Rio Grande e ver o Ademir, Perazzo, Mário, e outros é muito legal.  Conviver semanalmente com pessoas como Leão, Caju, Robin, Mano e a turma da velha guarda como diz o Caju (são muitos e não vou citar nomes para não esquecer de ninguém) torna o meu dia-a-dia melhor. Ver o Jarnis e o Márcio voltando a jogar como eu depois de anos é empolgante! Decepções existem em qualquer meio social, mas como muitos me dizem, elas sempre serão menores que a vontade de convívio entre amigos.

O FUTEBOL DE MESA NA MINHA VIDA

Para finalizar quero deixar a síntese do que é o futebol de mesa para mim referenciando o nome de seis pessoas, duas da Franzen, duas da RioGrandina e duas de outras associações. Cada uma delas da “velha e jovem” guarda do futebol de mesa. Não vou precisar falar de cada um, pois quem conhece sabe o que estou dizendo pelas pessoas que são e pelo que pude perceber, mesmo com pouco tempo de convívio, pelas atitudes, educação e postura fora e dentro da mesa. São elas: Mauro e Robin da Franzen, João e Mário da RioGrandina, Sérgio da Afumepa e Vinhas da Academia. Essas pessoas, embora existam muitas outras que poderia citar, resumem o que deve ser o futebol de mesa no meu ponto de vista. Acima de tudo respeito e educação, com a conquista de amizades e portas abertas para comer um churrasco, tomar uma cerveja e “bater uma bolinha” em qualquer associação.

Valeu pessoal !

Imagem Cortesia by Alam Casartelli

7 comentários:

Augusto 2 - toques disse...

Muito boa história, parabéns!!!

Maurício disse...

Grande Alan (João Cleber) muito bonito teu relato, realmente o futebol de mesa é MÁGICO... assim como aconteceu contigo, eu também parei durante 21 anos e após o retorno é muito bom relembrar dos tempos em que começamos e poder hoje conviver com amigos do passado e fazer novas amizades!!!
Ontem estávamos jantando quando o Cristian disparou a seguinte frase:

"COMO EXISTEM PESSOAS QUE NÃO JOGAM BOTÃO???"

As risadas foram sincronizadas... Este é o nosso querido futebol de mesa, que ultrapassam as disputas das mesas!!!

Parabéns Alan, continues sempre sendo este grande botonista, pois tens a essência do futebol de mesa e és um ser humano de um grande caráter!!!

Forte abraço da marrequinha que chamas de Chambinho!!!

Silvinho disse...

Grande Alam
O contrário do teu nome com certeza não dirá quem és...
Nós que somos amigos de infância e que muito aprendemos juntos, passamos fases de andar de cavalo, jogar bola (nem que fosse um golzinho fechado), namoradas (e tempo bom)colégio e o nosso futebol de mesa, sabemos da importância que cada um teve na vida do outro, fiquei muito contente com teu retorno, me orgulho muito de ser teu amigo, e afinal de contas esses 3 pontinhos tavam me fazendo falta, hehehehe.
Já dizia Saint-Exupéry: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".
Um Beijo no teu coração
Silvinho

Mário disse...

Grande Alam
Baita história meu velho!
Parabéns pela narrativa.
Um abraço
Mário Afm/Caxias

A.R.F.M disse...

Grande Alam!!!! Estamos te esperando no feriadão. Será uma noite de costela janela, cordeiro, Stella e futmesa até as 6 horas!!! Isso, se a Lia deixar!!!
abração

Unknown disse...

Pô, Alam, muito bom. Cara, me emocionei lembrando dos jogos no corredor do prédio. Bah, era muito legal aquela época de jogos na casa do michel. Como tu disse, a mãe dele tinha uma paciência inacreditável. Os jogos de war lá em casa. A galera na casa dos teus pais no cassino. Muiton jogos de futebo, taco e bolita (eu era o pior jogador do Planeta). Grande abraço, meu velho e nos encontramos por aí!!

FGFM Online disse...

Grande Alam Madrid!
O cara mais uniformizado que eu conheço!
Que depois que quebrou a sua Grand Cherokee na sua ida a Canguçu, agora encomendou uma Range Rover na cor merengue e toda adesivada com o logo do Real.
Parabéns pela nova aquisição!
E também agradecemos pela sua volta ao nosso esporte, pois o amigo agrega muito!
Um forte abraço!
Maciel