terça-feira, 13 de novembro de 2012

BATE BOLA COM SAMBAQUY




















DADÁ O CENTROAVANTE GENIAL
No início de sua carreira, Dario estava encostado no Atlético Mineiro. Ninguém lhe dava valor algum. O técnico Iustrich, chateado com a situação, abriu o jogo com o nosso folclórico craque.
- Dario, não sei mais o que fazer com você. Ninguém do Atlético te quer e não clube algum interessado em seu passe.
- Mas, seu Iustrich, o senhor é culpado, nunca me deu uma chance. Só me deixa entrar nos treinos quando faltam cinco minutos. O dia que eu começar o coletivo o senhor vai ver o que o Dadá é capaz de fazer.
Mesmo descrente e sabendo que todo esforço não levaria a lugar nenhum, mas movido pela pena daquele rapaz desengonçado, no primeiro treino escalou no time reserva. Na metade do treino os reservas já ganhavam de 2 x 0, dois gols de Dadá. Iustrich se surpreendeu:
- Que é isso, Dario? O que aconteceu? Você nunca jogou desse jeito!
- Eu falei para o senhor. Agora me põe nos titulares que eu viro esse jogo.
Iustrich topou o desafio. E os titulares viraram para 3 x 2. Mais três gols de Dadá.
Depois desse treino, Dadá foi tricampeão do Mundo, acumulou títulos nacionais e virou artilheiro por onde passou. Tornou-se uma lenda e o símbolo do futebol mambembe brasileiro.
 A nossa seleção sofre com a falta de um artilheiro com faro de gol. Temos dois, quase em final de carreira, mas que dificilmente são chamados para os testes que o treinador realiza. É uma peça rara que está faltando nos times atuais.  Dario sempre se garantiu em todos os times que defendeu e detém o recorde de gols em um só jogo, pois em 1976, num jogo entre Sport e Santo Amaro que terminou com o placar de 14 x 0, Dadá marcou dez vezes.
Em sua longa carreira, defendeu o Ypiranga (Amapá), Nacional (Amazonas) Bahia, Goiás, União de Rondonópolis (Mato Grosso), Atlético Mineiro, América (Minas Gerais), Paysandú (Pará), Coritiba, Náutico, Sport e Santa Cruz (Pernambuco), Internacional, Flamengo (Rio de Janeiro), XV de Piracicaba (São Paulo) e declarou que se sentia frustrado por não ter defendido o Corinthians. Como treinador, arriscou-se com o Flamengo-Tiradentes (Distrito Federal) e Ji-Paraná (Rondônia).
Hoje, se ainda jogasse seria sem sombras de dúvidas o nosso centro avante, pois é uma das três coisas que param no ar: helicóptero, beija-flor e Dadá Maravilha.
CAMPEONATO BRASILEIRO DE 1970





















A primeira vez a gente nunca esquece. Foi um campeonato com gostinho de quero mais. Deu origem aos trinta e oito que se seguiram.
Foi um campeonato coroado de pleno êxito, comandado pelo Dr. Próculo Azevedo, Coordenador Geral, comandando uma equipe que era composta por Washington Bonfim, Nelson Carvalho, Roberto Contreiras e Ronald Aguiar. Foram disputados campeonatos por equipes e posteriormente o individual.
Equipes:
Bahia: Hidilberto dos Santos, Ademar Carvalho e Milton Silva.
Pernambuco: Helio Pitanga, Ivan Lima e Marcelo Tavares.
Rio de Janeiro: Adelson Albuquerque, João Paulo Mury e Paulo Granja.
Rio Grande do Sul: Adauto Celso Sambaquy, Ângelo Slomp e Walmor da Silva Medeiros.
Sergipe: Antonio Carlos de Oliveira Menezes, Hamilton Silveira e José Inácio dos Santos.
O resultado final apontou a Bahia como campeã, 2º Pernambuco, 3º Sergipe, 4º Rio Grande do Sul e 5º Rio de Janeiro.
No certame individual, onze técnicos foram distribuídos em duas chaves:
      A-  Oldemar Seixas (Bahia), Nivaldo (Paraíba), Jorge Compagnoni (Rio Grande do Sul, Paulo Henrique (Rio de Janeiro) José Marcelo Farias (Sergipe) e Rafael Alves (Pernambuco)

B-   Airton Dalla Rosa (Rio Grande do Sul), Rodolfo Albuquerque (Pernambuco), Átila de Menezes Lisa (Sergipe), Antonio Carlos Martins (Rio de Janeiro) e José Santoro Bouças (Pepe) (Bahia).

A final reuniu os dois que somaram maior número de pontos em cada chave: José Marcelo (A) e Átila Lisa(B), em jogo único. Átila venceu por 1 x 0, sagrando-se dessa forma como primeiro campeão brasileiro. José Marcelo ficou com o segundo lugar.
Como não houve disputas para saber quem ficaria com o terceiro, quarto, quinto e sexto lugares, foram declarados Oldemar Seixas e José Santoro Bouças (Pepe) como terceiros colocados e Airton Dalla Rosa e Jorge Compagnoni os quarto colocados na competição.
Conseguiram marcar 4 pontos Rafael Alves (Pernambuco), Nivaldo (Paraíba) 3 e Antonio Carlos Martins 2 pontos. Paulo Henrique do Rio de Janeiro e Rodolfo Albuquerque de Pernambuco não conseguiram marcar nenhum ponto na competição.
Os meus jogos foram: Inácio (Sergipe) 1 x 1, Marcelo (Pernambuco) 1 x 2, Milton Silva (Miltinho) 7 x 1, Adelson Albuquerque 1 x 4, vencendo dois jogos, empatando um e levando uma sonora goleada do então maior fabricante de botões de paladon da Bahia.
Daqui a alguns dias estarei escrevendo sobre o XXXIX Campeonato. Uma distância de quase quarenta e três anos. Distância essa que mostra o quanto a idéia sonhada conseguiu se concretizar e se tornar uma realidade inquestionável.
FUTEBOL DE MESA LEVA O NOME DE CAXIAS PARA O NORDESTE DO PAÍS
O jornal A FOLHA ESPORTIVA, da Cia. Caldas Junior, em oito de fevereiro de 1969, realizou uma reportagem através de Guiomar Chies, seu correspondente na cidade, falando sobre o futebol de mesa. Num dos tópicos citou que a Bahia e Caxias do Sul estavam irmanados nessa luta, afirmando que a cobertura dos jornais baianos em relação ao futebol de mesa caxiense era destaque quase diário. Inclusive os resultados dos jogos repercutiam em Salvador. Citava o jornalista Guiomar, que nem o futebol profissional conseguia dar tanta publicidade à cidade como o futebol de mesa. Seguia dizendo que Caxias e Bahia vivem abraçadas para o engrandecimento do esporte dos técnicos.
Em outro trecho dessa mesma reportagem, ele citava as personalidades que o praticam, falando sobre Chico Buarque de Holanda, Eder Jofre, o Ministro Delfin Neto, Deputado Herbert Levy, Edu Lobo, Dr. Elias Morgado, Juiz de Direito em Salvador, Mariano Salmeron Netto (Engenheiro Chefe da Segurança da Refinaria Landulfo Alves).
O último tópico da reportagem falava sobre uma Fábrica de Botões em Caxias. A Indústria MAPRO está finalizando seus esforços para essa finalidade, tendo adquirido o maquinário necessário para confeccionar botões de acrílico nas cores desejadas, e, iniciar a venda por ocasião da Festa da Uva.
SANTANA DO LIVRAMENTO VOLTA AO FUTEBOL DE MESA





















No último Bate Bola comentei sobre o retorno desses bravos botonistas ao circo gaúcho, filiando-se à Federação Gaúcha. Hoje quero trazer a vocês a homenagem que devo a DIRNEI BOTTINO CUSTÓDIO, vencedor do primeiro Centro Sul, realizado em Brusque, no ano de 1979. Na época o torneio foi denominado Sul Brasileiro, onde participaram Antonio Carlos Martins e Hélio Nogueira, pelo Rio de Janeiro; Antônio de Oliveira, por Sergipe; José Bernardo Figueira e Miguel Cunha, por Pelotas; Luiz Ernesto Pizzamiglio e Airton Dalla Rosa, por Caxias do Sul; Cláudio Savi Guimarães e Moises Timm, por Jaguarão; Dirnei Custódio e Clemente Machado por Santana do Livramento, Claudio Luiz e Paulo Schemes, por Porto Alegre; Eduardo T. Narciso Rocha e  Paulo da Rocha, de Criciúma; Valter Silva e  Joel Dutra, de Florianópolis e Edson Cavalca, Eder Cavalca, Edson Appel, Euclides da Silva Junior, Décio Belli, Edson Gartner, Walmir Merisio, Oscar Bernardi, Eugênio Tarcisio Vieira, Fausto Tomazzoni, Sérgio José Moresco, Marinho Vieira, Luiz Carlos Moritz, Roberto Zen e José Moacir Merico pela cidade promotora. Saliente-se que Clemente Machado era uruguaio de Rivera, portanto o primeiro estrangeiro a participar de um torneio em solo brasileiro.




















O primeiro Campeão foi Dirnei Bottino Custódio, ficando Antonio Carlos Martins com o vice-campeonato, Paulo Schemes em terceiro e Hélio Nogueira em quarto lugar.
A nossa homenagem a esse maravilhoso botonista que deixou muita saudade entre os seus amigos, e que marcou o seu nome sendo o primeiro campeão desse torneio que já atingiu a sua trigésima edição.
Até daqui quinze dias.
Sambaquy

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