terça-feira, 20 de novembro de 2012

CONEXÃOLiso por Pedrinho Hallal



















A primeira coisa para começar um documento sério é mudar a letra do computador de Calibri para Times New Roman. Embora seja mais feia, a fonte Times New Roman passa um ar de seriedade ao texto. Por exemplo, um texto do Cristian Costa ou do Mario Ribeiro raramente poderia ser escrito em Times New Roman. Sugiro a eles o uso da fonte Comic Sans, mais adequada para textos descontraídos. Mas hoje sou obrigado a usar a fonte Times New Roman, visto que o editor me encomendou uma análise do desempenho gaúcho no campeonato brasileiro de lisos.

Em primeiro lugar, quero deixar claro que o meu texto não é oportunista, visto que manifestei essa mesma opinião em outras oportunidades, tendo como testemunhas vários dos leitores desse blog. Não fiquei nada surpreso com nosso resultado. Eu tinha dito aqui que seria uma grande conquista conseguir colocar um gaúcho entre os oito melhores do Brasil. E conseguimos. Nosso querido amigo Cachaça, depois de uma crise existencial, voltou a jogar o fino da bola e representou e bem o Rio Grande do Sul nas quartas de final do Brasileiro de Salvador.

Mas então começam as perguntas. Por que achavas que seria difícil colocar um gaúcho entre os oito melhores do Brasileiro? Minha resposta é simples: fosse o Brasileiro um campeonato de pontos corridos, não colocaríamos nenhum gaúcho entre os oito melhores. Minha teoria é que vários gaúchos podem vencer os melhores do Brasil em uma, duas ou três partidas. O problema é que para ser campeão brasileiro é preciso vencer os melhores do Brasil cinco, seis vezes, seguidas. Mesmo nossos melhores representantes, como Alex, Vinhas, Mathias, Maciel, Cachaça, entre outros, ainda estão um degrau abaixo dos melhores do Brasil. E os amigos precisam entender isso, sem ofensas, mas como uma realidade que está prestes a mudar.

Vamos então montar o melhor botonista gaúcho de lisos: FOCO: Alex Degani; TÉCNICA: Marcelo Vinhas; PENSAMENTO LISISTA: Mário Cachaça; CRIATIVIDADE: Mateus Pierobom; SISTEMA DEFENSIVO: Sérgio Oliveira. Se tivéssemos esse botonista, talvez ele conseguisse enfrentar de igual para igual os melhores do Brasil, não apenas em um ou dois jogos, mas durante um campeonato inteiro.

Alguns podem achar que a minha coluna é pessimista ao extremo, mas na verdade ela não é. Tivemos surpresas excelentes. O Michel, que tem tudo para jogar muito no liso, especialmente pelo fato de ter sido incentivado por mim, chegou longe e mostrou que brigará de igual para igual com eles em breve. O João Garima deu um banho de bola no Gláucio, ao vivo, pela Twitcam do Breno. O Sílvio chegou, e sabemos que quando ele chega perto da final, a chance de título é grande. As decepções de Vinhas e Degani não chegaram a ser reais decepções, pois foram eliminados apenas no mata-mata, por botonistas que chegaram entre os quatro melhores do país.

Os nordestinos estão na nossa frente única e exclusivamente pelo maior tempo de prática da modalidade. Em dois ou três anos, estaremos em igualdades de condições. Não demorará muito para vermos um gaúcho levantando o troféu de campeão brasileiro. Mas para que isso aconteça, não adianta um enganar ao outro. Mas precisamos de uma série de ações para que esse dia realmente chegue:

1)      Precisamos admitir que ainda estamos atrás. Para isso, precisamos aprender com o campeão estadual Alex Degani. Ele começou na modalidade liso com muita humildade, sempre admitindo a superioridade dos adversários, mesmo os gaúchos. Somente com a humildade do Alex no começo da carreira nos lisos, conseguiremos chegar nos nordestinos.

2)      Precisamos treinar. A capacidade de tomar as decisões corretas nos lances de ataque e defesa só chega com treino. Então temos que treinar, treinar e treinar. Sem isso, não chegaremos lá.

3)      Precisamos de intercâmbio. Não adianta enfrentar os melhores do Brasil uma vez por ano. Precisamos organizar torneios menores, de intercâmbio, contra os melhores botonistas do Brasil. Proponho desde já uma viagem a Bahia no primeiro semestre de 2013, com um grupo de seis gaúchos, para realizar torneios de integração com quatro ou cinco entidades baianas.

4)      Precisamos de mesas decentes. Não podemos seguir praticando liso em mesas ‘medianas’ no estado e jogar os campeonatos em mesas decentes. Precisamos urgentemente conseguir mesas em igualdade de condições às dos nordestinos.

Por fim, gostaria de deixar alguns abraços aos nossos leitores:

1)      Aos torcedores do time do Zilber, o Milionários, pela classificação heroica para as semifinais da Copa Sulamericana. Claro que a presença de certo pé frio no estádio ajudou, mas a forma cruel com que o adversário foi eliminado merece aplausos. Fica a dúvida se teremos ou não DVD dessa vez.

2)      Aos torcedores Xavantes, mais uma vez em uma final. Claro que enfrentar o time do editor pé frio na semifinal foi um bônus parecido com chegar na semifinal do estadual contra o Cristian Costa, mas está valendo. Que venha o time da beira do rio ou aquele sem torcida de Caxias.

3)      Aos amigos Marcelo Cepel e Chambinho, que recentemente cornetearam minha coluna no Blog da Academia (www.academiafm.blogspot.com). A crítica de vocês é mais um sinal de que estamos no caminho certo.

8 comentários:

Augusto 2 - toques disse...

Boa bola Pedro!!!

Pedrinho Gmail disse...

E não podemos esquecer de parabenizar o CHEFE pela excelente campanha em Salvador.

E claro que o Pica-Pau também merece um moral, mas isso todo mundo já tá dando, então resolvi não exagerar para não deixar o guri mascarado.

Andre Marques disse...

Parabéns Pedrinho! Objetiva,clara e tremendamente assertiva a tua análise. Um abraço

Pedrinho Gmail disse...

Valeu presidente!

E vamos deixar claro que seja liso seja cavado o Bodur é o melhor deles!

hamster adestrado disse...

É, melhorou, mas...

Pedrinho Gmail disse...

Marcelo Cepel, eu também te amo!

Gothe disse...

Exceto Caxias que jogou sempre, os gaúchos tem 8 anos de lisos, contando a partir do estadual especial experimental, quase uma década. Em matéria de tempo é claro que não vamos igualar os nordestinos na cronologia jamais, uma obviedade.

Desde lá, 8 anos atrás, sabemos que é preciso treinar muito e que precisamos de mesas melhores. São 8 anos para ter mesas melhores.

A chave me parece, e aí o colunista acerta na mosca, é o intercâmbio, não temos jogadores fortes em número suficiente para bons internos de lisos nem nos clubes, nem nos estaduais, e o brasileiro mostrou isso claramente. É preciso jogar mais contra os melhores e mais do que duas vezes por ano, por exemplo.

Um bom resultado eventual aqui e ali, a exceção, sempre poderá acontecer.

De qualquer forma uma aventura é sempre legal e divertida para os que gostam de jogar qualquer regra ou modalidade no Futmesa, o bom mesmo é jogar.

Para se obter mais do liso, a mentalidade não poderá ser aquela destes 8 anos que passaram.

Não é uma interpretação sobre os acontecimentos, são fatos, resultados e números.

Um abraço,
Gothe.

SAMBAQUY, Adauto Celso disse...

Pedrinho,
Gostaria de também dar a minha opinião. Concordo com tudo o que escreveste, mas acrescentaria também o fator clima. Nós,sulistas, vivemos com temperaturas que são sempre moderadas ao passo que os nordestinos estão sempre com 30° nas costas. O calor influiu muito no rendimento, pois enquanto a cada final de jogo ficavamos banhados de suor, alguns de nossos adversários jogavam com duas camisas. Enquanto o ar condicionado funcionou o ambiente esteve ótimo, mas com ele desligado nós sofremos mais do que eles.
Quando os grandes times brasileiros vão jogar nas alturas, sempre procuram ir alguns dias antes para aclimatação e sofrer menos. Mesmo assim sempre exigidos ao máximo, e as vezes sofrendo derrotas no final das partidas, por puro esgotamento.
Convenhamos, jogar e apitar, ficando algumas horas de pé, ao redor das mesas, com uma sala repleta de gente não é fácil.
Acredito que isso prejudicou parte do desempenho dos nossos botonistas.
Abraço do Sambaquy