CONEXÃOLiso Epecial - JBR

por Pedrinho Hallal

O MISTÉRIO JBR DESVENDADO

A humanidade adora mistérios. Quem matou Odete Roitman? Essa pergunta ecoou pelo Brasil por várias semanas. Jogos de perguntas e respostas sempre atraíram muita atenção também. Quem foi Kidiaba? Qual time portoalegrense foi rebaixado em 1991 e 2004? Aproveitando-se dessa paixão da humanidade por mistérios e perguntas, o editor resolveu criar o mistério JBR. E a tática funcionou. A lista de suspeitos começou a ser formada de forma rápida. Polêmicas se sucederam. Mas hoje tudo será revelado, depois de um "descuido" do editor no dia 27 de Setembro, a data que para sempre será lembrada como o fim do mistério JBR. Mas para começar, apresento aqui uma lista de 10 dos principais suspeitos de assinarem a coluna mais polêmica do futmesa nacional:

SUSPEITO 1 – Aldyr

Já houve até briga nesse blog com acusações de que Aldyr seria JBR. Evidências coletadas ao longo das investigações apontam que Aldyrzinho jamais lidou bem com o fato de que o famoso da família sempre foi o pai (na foto), criador da camisa da seleção brasileira de futebol. Para reverter o quadro, Aldyr teria usado o pseudônimo JBR no blog do Gothe, para finalmente ficar famoso que nem o pai. Existem também suspeitas de que Marcelo Conceição, vulgo CEPEL, é seu comparsa. Marcelo é estranhamente visto jantando com Aldyr no Lobão todas as quartas-feiras, véspera das colunas do JBR.

SUSPEITO 2 – Pedrinho

Isso mesmo, eu também sempre fiz parte da lista de suspeitos. Torcedor do time da presidente, posso ter cutucado o Xavante na coluna para despistar. Recebi nos últimos meses 3-4 e-mails com teorias interessantes comprovando que eu era o JBR. A primeira foi: “Estranho o Pedrinho parar de escrever Conexão Liso bem na época que surge o JBR”. A segunda foi ainda mais longe: “Agora que o Pedrinho é vice-presidente da FGFM, ele não pode mais dar alfinetadas se identificando, então ele criou o JBR para continuar dando suas alfinetadas sem se identificar”. Confesso que achei os e-mails criativos.

SUSPEITO 3 – Cristian Costa

Muita gente tem certeza de que nosso segurança de festa de Playmobil é o verdadeiro JBR. Sempre irônico e com texto refinado, Cristian Costa resolveu usar o pseudônimo para aumentar o tom de suas cornetadas. Os ciúmes em relação ao meu interesse pela Karen seria o motivo de tantas alfinetadas do JBR no Pedrinho. O comparsa seria o “sempre companheiro” Caju, que discutiria as colunas em momentos íntimos. JBR significaria Jogo Bem Rápido.

SUSPEITO 4 – Sílvio

Ainda no time dos que medem menos de 1,5 metros vem mais um de nossos suspeitos. Ninguém suspeitou do grande campeão no início, exceto eu. O homem que faz um filho por ano virou suspeito após uma coluna em que criticava a si próprio, uma estratégia conhecida dos escritores fantasma. No entanto, vários duvidam da participação de Sílvio, pois um dos critérios para ser bom colunista é NÃO JOGAR PORRA NENHUMA. Seu comparsa seria Alex, sendo as colunas preparadas nas longas noites de treinos naquele bairro de Pelotas que insiste em se chamar de cidade. A sigla JBR seria uma homenagem ao amigo João Garima. A coluna seria financiada por Leonardo Magnata.

SUSPEITO 5 – Dani Junqueira

Esse é um suspeito óbvio. Não joga porra nenhuma, então poderia ser bom colunista. É amigo do editor, o que lhe permitiria acesso às senhas. Começou a colocar as asinhas de fora com a coluna sobre o time do estádio da favela e pode ter gostado da brincadeira. Seu comparsa seria o Caco, que também escreve melhor do que joga. Não gosta do liso, alvo de críticas do JBR.

SUSPEITO 6 – Marcelo Vinhas

Mais um suspeito óbvio. O rapaz que usa laquê no cabelo deixou a presidência da FGFM e precisa de ocupação para o tempo ocioso. As colunas de JBR costumam incluir muitas informações sobre a Academia, algumas conhecidas apenas por poucos. A estratégia de falar mal do liso ajuda a manter seu nome longe dos holofotes de suspeitos. Se confirmado como JBR, passou dos limites ao falar mal do CHEFE e terá que arcar com as punições. Ninguém sabe o que significaria JBR, mas existem suspeitas de que seria Gosto Bem Refinado.

SUSPEITO 7 – Gothe

Esse é o principal suspeito da maioria. Ele posta como Gothe, posta como JBR, posta como Aline. Preenche vários dos requisitos para ser o JBR: (1) não joga nada; (2) odeia os lisos; (3) adora polêmicas. Cometeu uma gafe horrível no dia 27 de setembro, postando logado como JBR, mas assinando como Gothe. Ao ser desmascarado, deu a desculpa de que tem acesso a todas as senhas. Estranhamente, eu e o Cristian, como colunistas, nunca lhe demos senha alguma e nunca postamos nada direto no blog. Deixou a Aline em maus lençóis e deve explicações a todos os leitores. Parece estar estressado com a reta final da campanha para prefeito (na qual deve ganhar), coincidindo com a reta final da campanha para a presidência do clube rebaixamento (na qual deve perder). É considerado por muitos o maior pé frio da sociedade contemporânea.
 
SUSPEITO 8 – Cristian Baptista

Esse é um suspeito novo. Sempre gostou da vida online no futebol de mesa, mas nunca se envolveu em polêmicas. A identidade secreta pode ter sido a porta de entrada para o mundo das intrigas. Não joga liso. Seu comparsa seria Juarez, o que justificaria suas informações privilegiadas sobre a Academia. É o maior ídolo do editor, o que justificaria o convite. JBR significaria Jogava Bem quando morava em Rio Grande.

SUSPEITO 9 – Chambinho

Ele já declarou publicamente não ser muito bem dotado, embora julgue o ‘guri’ um bom brincalhão. Preenche parcialmente o requisito de não jogar porra nenhuma, embora não concorde com isso. Tem habilidade na escrita e teria Rodrigo Bernardes como um potencial comparsa. As brigas com o editor poderiam ser uma estratégia para desviar o foco. As melhores colunas do JBR coincidem com semanas em que houve campeonatos com a sua participação.

SUSPEITO 10 – Dr. Maia

O rapaz que assina como Dr. Maia é outro suspeito. Não joga nada e tem a língua afiada. Torce para o time da beira do rio, e pode falar mal do Inter para despistar o público. Só joga cavado, e bem pouquinho. Costuma apimentar a zona de comentários do blog e nunca teve espaço como colunista. Poucos pensam nele como potencial suspeito, mas é um nome a ser considerado.

VEREDITO

Antes de comunicar o veredito, é imperativo explicar como o mistério foi desvendado. Nas últimas semanas, eu e dois colegas botonistas resolvemos confirmar nossa suspeita e passamos a fornecer informações privilegiadas para o editor, informações que ninguém teria acesso. As mesmas acabaram publicadas na coluna do JBR, o que nos confirmou a teoria. Mas ainda faltava o fato novo, para que fizéssemos a revelação.

O fato novo então acabou sendo a coluna de ontem, na qual JBR se atreveu a falar mal do nosso CHEFE. Avisei na zona de comentários de que cabeças rolariam e marquei a opção ‘receber novos comentários por e-mail’. E foi aí, que assustado com as retaliações por falar mal do CHEFE, o editor cometeu o maior "erro". Fez uma postagem logado como JBR, mas assinou como Gothe. Tentou imediatamente apagar o comentário, mas já era tarde, pois eu já havia recebido o e-mail. O editor então entrou em desespero. Postou novamente, agora logado como Aline, e assinou Gothe mais uma vez. Mais um e-mail que chegou na minha caixa de entrada. Notou o "erro" e apagou a postagem mais uma vez. Colei os dois e-mails e postei na zona de comentários. O comentário foi censurado. Depois começaram as explicações: “Eu tenho acesso a todas as senhas”. Aline pediu desculpas. O mistério enfim havia sido revelado.

Foi então que meu telefone tocou. Era o editor. Como bom sem vergonha que sou, fiz chantagem. Pedi pagamento alto para manter o segredo. O editor negociou. Disse que não manteria o segredo por menos do que o telefone de verdade da Karen. O editor disse que não possuía. Dei a ele 10 minutos para ligar para o Cristian Costa e conseguir. Ele ligou. Mas Cristian Costa imaginou que era para mim e não passou o número. O editor voltou a me ligar desesperado. Disse que me conseguiria um camarote no estádio novo do lado da favela. Desprezei. Ofereceu pagamento em dinheiro. Eu insisti: é o telefone da Karen ou nada. O editor implorou. Eu aceitei trocar o telefone da Karen pelo telefone da Gabi. O editor negou. Cansado de tanta pressão, me forneceu o número. Liguei. “Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagens e está sujeita a cobrança após o sinal”. O número era falso, e assim, o mistério seria revelado. Vim para o computador. Chegou a hora de desmascarar um dos bons mistérios dos últimos anos.

Nenhum dos suspeitos e ao mesmo tempo todos os suspeitos são JBR. O editor teve uma interessante ideia de criar um personagem que não existe, cujo texto é criado por várias pessoas diferentes, por meio de conversas, discussões e informações que chegam ao longo da semana. Quem não recebeu uma mensagem do Gothe no Facebook, MSN ou e-mail entre terça e quarta perguntando quais as novidades? O editor tem o trabalho de sumarizar as cornetas e colocar as melhores no blog. Só assim poderia estar em tantos campeonatos e saber tantas estórias que poucas pessoas de cada entidade sabem.

O JBR somos todos nós, botonistas, apaixonados por uma brincadeira de criança, que só nós sabemos que é muito mais do que isso.

TODOS mataram Odete Roitman.

Imagens cortesia by Pedrinho Hallal